02/08/08 15h09

Produção industrial reage e cresce 2,7% em junho

Folha de S. Paulo – 02/08/2008

Ainda imune à mais recente alta da taxa básica de juros, a produção da indústria reagiu em junho e cresceu 2,7% na comparação com maio, quando havia caído 0,6%. Em relação a junho do ano passado, a alta foi ainda maior, de 6,6%. Foi a maior taxa mensal desde os 3,5% de outubro de 2007. Os dados são do IBGE. Com o resultado, a indústria fechou o primeiro semestre de 2008 com crescimento de 6,3% -a mais alta taxa desde o mesmo período de 2004 (8,3%). O crescimento tem outro aspecto positivo: foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos, o que mostra tendência de elevação da produção. Para Sílvio Sales, do IBGE, os dados de junho foram "amplamente positivos", com expansão "generalizada". O setor, diz, atingiu novo pico no patamar de produção em junho e deixou para trás o cenário de acomodação de meses anteriores. Segundo ele, o aperto monetário ainda não repercutiu no setor fabril. "Sales ressalva que ainda é cedo para dizer se o resultado de junho representa uma nova fase de aceleração do crescimento da produção industrial. Um dos pontos de incógnita, diz, é o aumento dos estoques, apontado pela sondagem da CNI (Confederação da Nacional da Indústria) com empresários. O indicador de estoques avançou de 49,9 pontos no primeiro trimestre para 50,6 no segundo trimestre, numa escala de 0 a 100. No primeiro semestre, diz, prevaleceram ainda as influências positivas do aumento do emprego, da massa salarial e do crédito. Em junho, o efeito calendário também jogou a favor -teve um dia a mais em relação a 2007 e à média histórica. Especialistas ouvidos pela Folha dizem que o efeito da alta dos juros será sentido só a partir do terceiro trimestre do ano e, com mais intensidade, em 2009 e terá repercussão na indústria e no PIB.