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Produto premium é foco da Pernod

Valor Econômico - 28/08/2008

A francesa Pernod Ricard mudou a direção da filial brasileira. Enviou para cá o financista e administrador Gilles Bogaert, 39 anos, que ingressou na sede da companhia em 1995 como auditor interno. Sucedendo Edmundo Bontempo, o francês Bogaert terá a missão de aumentar a rentabilidade da empresa e fazer crescer a participação das marcas premium na receita. A tarefa é particularmente espinhosa, levando-se em conta que a partir de 1º de outubro as fabricantes de bebidas destiladas e fermentadas (com exceção de cerveja) vão pagar mais Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja tabela foi reajustada em 30%. Bogaert se refere também à Lei Seca implementada em junho, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas. "Acredito que o mercado brasileiro tem potencial para crescer mesmo com o aumento de preços e com o maior controle sobre a ingestão de bebidas." Até hoje, a Pernod privilegiou ações de marketing envolvendo marcas regionais, como o rum Ron Montilla, a vodca Orloff e o vinho Almadén. Agora, a estratégia é focar em marcas globais, preferencialmente as de maior valor agregado, aumentando o volume de importações. O preço de uma garrafa de Chivas, por exemplo, varia de R$ 100 (US$ 63,7) a R$ 1 mil (US$ 636,9), enquanto que uma unidade de Natu Nobilis sai por R$ 20 (US$ 12,7). A meta do novo presidente é fazer do Brasil uma nova China no consumo de bebidas premium. "Nos últimos cinco anos, a China passou do 10º para o primeiro lugar na lista dos maiores mercados de Chivas", diz Bogaert, que também está animado com a possibilidade de explorar no Brasil a marca de vodca Absolut, comprada mundialmente pela empresa em julho. A Pernod investiu este mês R$ 1 milhão (US$ 636,9 mil) no Chivas Studio, evento de degustação realizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. "Convidamos formadores de opinião de várias áreas, de finanças à música, passando por gastronomia", diz o diretor de marketing da Pernod, Douglas Tsukimoto. Segundo ele, a verba de marketing deste ano será 20% maior, seguindo a mesma proporção do crescimento das vendas na América Latina no ano fiscal encerrado em junho de 2008. No período, as vendas no Brasil somaram R$ 350 milhões (US$ 222,9 milhões).