04/08/08 15h11

Produtos básicos garantem exportação recorde

Valor Econômico - 04/08/2008

As vendas de produtos básicos para o exterior, como soja, petróleo e carnes ajudaram a garantir o recorde nas exportações brasileiras alcançado até julho deste ano. As exportações de produtos básicos cresceram 47,9% nos sete primeiros meses do ano, enquanto as vendas de industrializados avançaram 16,3%. Segundo dados da balança comercial brasileira, as exportações e as importações brasileiras bateram recorde em julho e também no acumulado nos sete primeiros meses de 2008. Do início deste ano até julho, a balança comercial brasileira soma US$ 14,653 bilhões. As exportações foram de US$ 111,098 bilhões e as importações ficaram em US$ 96,445 bilhões, uma média diária de US$ 760,9 milhões e US$ 660,6 milhões, respectivamente. Nos sete primeiros meses de 2007, conforme dados do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o superávit comercial acumulado foi de US$ 23,920 bilhões, reflexo de vendas de US$ 87,333 bilhões e compras de US$ 63,413 bilhões. Esses recordes foram puxados, principalmente, pelo aumento de preços no mercado internacional. A soja em grão, por exemplo, registrou o maior crescimento de exportações no ano (80%). Houve 12% de aumento na quantidade exportada e de 61% no preço. No caso do petróleo, o efeito do preço fica ainda mais evidente. Houve queda de 17% na quantidade exportada e aumento de 96% no preço. Com isso, as vendas brasileiras subiram 63%, para US$ 6,8 bilhões. O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou que o recorde de julho é também reflexo de um fator sazonal, já que as exportações sempre aumentam nessa época do ano, impulsionadas pela safra agrícola e pela aceleração da economia. Ele disse acreditar que essa tendência se mantenha pelo resto do ano. As importações brasileiras continuam crescendo mais que as exportações. Mas houve uma desaceleração dessa tendência no mês passado. A taxa de crescimento das exportações passou de 24,4% para 27,2% no acumulado do ano entre os meses de junho e julho. Na mesma comparação, a taxa de importações subiu de 51,8% para 52,1%. Apesar do ritmo menor, Barral disse ser difícil reverter a tendência de crescimento das importações devido ao aumento dos preços internacionais e ao crescimento da economia brasileira. Os dados da balança mostram que 48,3% das importações brasileira são de matérias-primas para a indústria. Outros 20% são de máquinas e equipamentos para a produção. Além disso, houve forte crescimento nas compras brasileiras de combustíveis e lubrificantes (78%) e de automóveis (115%) no acumulado do ano.