20/01/10 10h36

Programa tenta fortalecer brasileiras

Valor Econômico

Com vendas totais de R$ 30,9 bilhões (US$ 18 bilhões) até novembro, a indústria farmacêutica brasileira vive a expectativa de fusões e incorporações no setor. Há um movimento em todo o mundo em busca de novos negócios, uma vez que é prevista para os próximos dois anos uma queda de cerca de 40% das patentes.

Existem cerca de 500 empresas de capital nacional na área farmacêutica no país. A concentração é expressiva, pois 12 delas respondem por metade das vendas. Mas, por outro lado, embora todas as brasileiras respondam por menos da metade do faturamento de uma multinacional, como por exemplo a americana Pfizer, quatro nacionais estão entre as dez maiores do ranking: EMS, Aché, Eurofarma e Hypermarcas.

Os dados são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que desenhou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Profarma) com perfil para também apoiar fusões e aquisições no setor. Já disponibilizou R$ 345 milhões (US$ 200,6 milhões) para reestruturação de empresas de capital nacional. Financiou a compra pela Biosintética pela Aché e da Barrene pala Farmasa. A Hypermarcas, uma das lideres no setor no país, vem fazendo compras mas não bateu à porta do banco. Em dezembro comprou a Neo Química.

A demanda pelo programa já é de R$ 1,3 bilhão (US$ 755,8 milhões), sendo que foram contratados R$ 1,2 bilhão (US$ 697,7 milhões) para completar investimentos que irão totalizar R$ 2,6 bilhões (US$ 1,5 bilhão). O Profarma foi lançado em 2004, quando o setor foi escolhido como estratégico pelo projeto de Política Industrial do Governo Lula. Mas o escopo do programa foi ampliado em 2007. Na nova fase foram estabelecidos três focos básicos: o estimulo à inovação, apoio às necessidades de investimentos devido às mudanças fixadas no arcabouço regulatório e apoio em torno de uma reestruturação a partir de consolidações no setor.

Além dos recursos para reestruturação, desde a criação do Profarma foram registradas 21 operações de financiamento para inovação (R$ 301 milhões/US$ 175 milhões), nove de exportação (R$ 37,2 milhões/US$ 21,6 milhões) e 58 para investimentos em produção (R$ 689 milhões/US$ 400,6 milhões).

Entre os financiamentos já concedidos, 80 foram para empresas de capital nacional (R$ 1,2 bilhão/US$ 697,7 milhões) e 10 para estrangeiras (R$ 97,6 milhões/US$ 56,7 milhões). Do total, 12 foram para a área de biotecnologia (R$ 32,3 milhões/US$ 18,8 milhões), 14 para equipamentos médicos (R$ 55,1 milhões/US$ 32 milhões), três para Kits de diagnóstico (R$ 18,5 milhões/US$ 10,8 milhões) e 61 para produtos farmacêuticos (R$ 1,2 bilhão/US$ 697,7 milhões). São Paulo recebeu R$ 1,1 bilhão (US$ 639,5 milhões), com 59 empresas beneficiadas; Rio de Janeiro ficou com R$ 31 milhões (US$ 18 milhões) e seis empresas; Rio Grande do Sul levou R$ 45 milhões (US$ 26,2 milhões), com sete indústrias; Goiás recebeu R$ 81 milhões (US$ 47,1 milhões) para cinco companhias; e os outros estados ficaram com R$ 50 milhões (US$ 29,1 milhões), para 13 empresas.