10/10/08 14h56

Receita da ALL cresce 10,2% no 3º trimestre

Gazeta Mercantil – 10/10/2008

Para acalmar o mercado, a América Latina Logística (ALL), a concessionária com a maior malha ferroviária do País, divulgou ontem os dados preliminares do terceiro trimestre deste ano. Segundo a companhia, a receita bruta apurada de julho a setembro de 2008 cresceu 10,2% no comparativo com o mesmo período de 2007, passando de R$ 669,2 milhões (US$ 346,7 milhões) para R$ 770,2 milhões (US$ 350,1 milhões). Já o volume transportado ficou estável. No último trimestre a companhia movimentou 10,29 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil) ante 10,26 bilhões de TKU - crescimento de apenas 0.2%. Sua receita consolidada cresceu 17,3% nos nove primeiros meses do ano, a R$ 2,155 bilhões (US$ 979,5 milhões), frente ao R$ 1,838 bilhão (US$ 952,3 milhões) de período idêntico em 2007. Nos nove primeiros meses deste ano, o Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações) cresceu 25,6%, para R$ 858,4 milhões (US$ 390,2 milhões). A margem Ebitda cresceu 2,9 pontos percentuais, para 45,4%. O presidente da ALL, Bernardo Hees, se mostrou otimista com relação ao último trimestre deste ano. "Mesmo com a crise financeira mundial, não prevemos mudança do cenário neste ano. Continuamos estimando um crescimento entre 12% a 14% na movimentação. Não mudamos nossos planos em função do momento que o mundo está enfrentando", afirmou Hees, acrescentando que pelas suas visitas ao Mato Grosso, pôde observar que não há espaço para estocagem da soja produzida na região. "Os produtores terão que vender mais rapidamente os estoques para ceder lugar para a safra do próximo ano. É um movimento que começou agora em setembro. Estou confiante", ressaltou Hees. Apesar do cenário de safra forte (principalmente no milho, com a safra de inverno crescendo 26% no Brasil), o volume de exportação nos portos em que a ALL opera caiu 33% ante o ano anterior e a participação cresceu para 88% no Porto de Paranaguá, 94% no Porto de São Francisco do Sul, 82% no Porto de Rio Grande e 61% no Porto de Santos. No total, a participação da ALL nos portos atingiu 71% no terceiro trimestre deste ano. O executivo afirmou, ainda, que a ALL está capitalizada e não está exposta à escassez da moeda norte-americana como outras companhias brasileiras. "Temos R$ 2,5 bilhões (US$ 1,1 bilhão) em caixa. Estamos com uma posição financeira muito sólida e é bom ressaltar que não temos nenhuma exposição cambial, o único hedge que fazemos é no patrimônio para operação argentina, mas está balizado Peso/Real. Não há exposição ao dólar", disse Bernardo Hees.