31/07/09 15h24

Rede de calçados muda tática e prioriza o mercado interno

DCI

Apesar do cenário ainda incerto nas exportações, que representam parte importante do faturamento do setor calçadista, grandes redes de vestuário, como a Arezzo, que alcançou faturamento de R$ 485 milhões (US$ 255,3 milhões) em 2008, alteram planos e voltam o foco da venda de calçados para o mercado interno. A empresa tinha um audacioso plano de abrir 300 lojas na China, até 2016, e possibilidade de faturar US$ 150 milhões com aquele mercado, mas mudou sua estratégia - por três meses -, ao ver que o mercado brasileiro sinalizava melhor opção de negócio.

A Arezzo vai abrir 16 lojas no País este ano, ante as 10 do ano passado. A perspectiva é para lá de otimista, já que a empresa prevê fechar 2009 com uma receita de R$ 550 milhões (US$ 289,5 milhões)  e crescimento de 16% a 18% no segundo semestre, por conta de uma estratégia que visou a redução de custos, nova coleção com um preço melhor devido a fortes negociações com os fornecedores, além de expansão de lojas por meio de abertura de novas franquias. De acordo com Alexandre Birman, vice-presidente da Arezzo - e filho do fundador Anderson Birman -, a marca optou por focar seus investimentos no mercado interno, onde só no primeiro semestre, mesmo com a crise, cresceram 12% frente ao mesmo período de 2008. Birman explica que as coleções ficaram mais focadas e leves, com adequação de preços nos produtos de maior saída. Outra atitude tomada foi trabalhar com uma cobertura no estoque das lojas de 2 pares para 1 exposto, sendo que em períodos mais otimistas, trabalham com 3 pares para 1.

O Grupo Arezzo, que hoje conta com 232 franquias, seis lojas próprias e vendas em mais de 1,5 mil lojas multimarcas, acelerou seu crescimento principalmente depois que fechou parceria com o Tarpon Investment Group, que com seu fundo Tarpon All Equities tem participação acionária de 25% no negócio.

A companhia também optou por uma parceria com o Primes Success, com mais de 3 mil lojas na China para chegar àquele mercado, onde a previsão era ter um tamanho semelhante ao da marca no Brasil, mas com um posicionamento diferente e itens premium. Os sapatos teriam preço médio de US$ 250, precificação que deve ser alterada para em torno de US$ 150 após a experiência com 6 lojas abertas na China.