19/01/10 11h06

Redes planejam expansão até 2011

Valor Econômico

Enquanto nos Estados Unidos as redes de casual dinning, restaurantes de refeições rápidas, foram obrigadas a fazer uma reengenharia de cardápio, reduzindo preços e tamanhos das refeições para enfrentar a crise e o ataque das empresas de fast food sobre o consumidor que estava com o bolso mais vazio, no Brasil, a maioria cresce e planeja abrir lojas nos próximos dois anos.

A rede Applebee's, líder mundial do setor, inaugurará mais duas em São Paulo, uma na capital e outra no interior em 2010. A marca chegou ao Brasil em 2004 e tem nove lojas. Segundo Norman Baines, diretor regional para a América do Sul, o objetivo é aumentar a clientela nas cidades onde já está instalada, dando mais opções aos frequentadores. Em 2011 a rede chega a Brasília, Curitiba e a uma cidade no Nordeste, hoje já há uma no Recife. Baines diz que a rede terá em 2009 um crescimento de 14,2% em vendas. O sistema é de franquias. O país é dividido em quatro áreas geográficas: São Paulo, Nordeste, Centro - que incluiu o Rio, Minas Gerais e Brasília - e o Sul. Cada um é gerido por um grupo de empresários. O investimento para abrir uma loja custa cerca de R$ 2,5 milhões (US$ 1,45 milhão).

Dados do setor indicam que nos próximos cinco anos, cerca de cinco milhões de consumidores chegarão ao mercado de restaurantes no Brasil, com o crescimento da classe C. O gasto com comida fora de casa vai crescer dos atuais 24% para 30% do orçamento doméstico. Nos maiores países da Europa, é de 50%. E o setor no Brasil ainda está muito fragmentado em pequenos restaurantes, apenas 1% está nas mãos das grandes redes.

Considerando esses dados, a rede americana Outback, que apresenta cardápio inspirado na Austrália, abrirá quatro restaurantes este ano. Duas cidades já foram definidas: Brasília e Vitória. O número é o mesmo todos os anos e a crise não fez cair vendas ou alterar projetos. Desde 1997, já foram abertos 27 restaurantes no país. Salim Maroun, presidente da Outback no Brasil, projeta aumento de 10% em 2009 e 2010. Todos os novos sócios são funcionários da empresa que começaram como atendentes. O investimento em uma loja é de cerca de R$ 4,7 milhões (US$ 2,73 milhões). O sócio entra com R$ 60 mil (US$ 34,9 mil) e o restante é gasto pela rede.

Duas grifes brasileiras, Viena e Ráscal, operam no mesmo estilo - restaurante informal - e estão investindo. A rede Viena tem 34 lojas e continua com planos agressivos de expansão. A empresa não confirma oficialmente os projetos, mas o Valor apurou que o objetivo é crescer no Centro-Oeste e na região Sul. A ideia é aproveitar a operação já estabelecida e ganhar escala.

O Ráscal vai investir em reformas e em 2011 volta a se expandir. Seus proprietários, Roberto Bielawski e sua mulher Liane Ralston, ex-donos da rede Viena, abriram uma loja em 1994 e hoje já têm nove restaurantes no Rio e em São Paulo. Este ano, segundo Bielawski, será um ano de consolidação das operações do Rio de Janeiro e de reformas estruturais e arquitetônicas nas lojas de São Paulo. O investimento será de R$ 3 milhões (US$ 1,74 milhão). Em 2010, uma nova loja será aberta, provavelmente em Alphaville, em São Paulo.