03/11/20 14h27

Região de Rio Preto é a segunda do Estado em venda de terrenos

Movimentação chegou a R$ 247 milhões, a segunda maior no estado

Diário da Região'

A região de Rio Preto é a segunda do estado de São Paulo que mais comercializou terrenos no primeiro semestre de 2020, aponta um levantamento realizado pelo Sindicato da Habitação (Secovi São Paulo). Entre janeiro e junho, foram vendidas 2.171 unidades, número superior ao registrado nos seis primeiros meses do ano passado, quando a região somou 1.518 terrenos comercializados - um crescimento de 43%.

O valor movimentado com a vendas foi de R$ 247 milhões, também o segundo maior em todo o estado. O aquecimento no mercado surpreendeu inclusive profissionais que trabalham no setor e que estão prevendo um resultado ainda mais positivo para o segundo semestre deste ano.

As cidades que compõe a região administrativa de Rio Preto são Bady Bassitt, Catanduva, Fernandópolis, Mirassol, Novo Horizonte, Santa Fé do Sul, Rio Preto e Votuporanga. A soma das vendas nesses municípios só ficou atrás da região administrativa de Campinas, que comercializou 4.172 unidades nos primeiros seis meses do ano e que movimentou R$ 609 milhões.

Anualmente, Rio Preto figura entre as que mais movimentam o mercado de loteamento no Estado, afirma o diretor regional do Secovi em Rio Preto, Thiago Ribeiro. Eles esclarece que neste ano, a região só não ocupou o topo da lista porque Campinas sofria um represamento de novos lançamentos, disponibilizados no final do ano passado. "Todos os anos estávamos em primeiro lugar nesse ranking. Isso é uma questão cultural. Rio Preto já é uma cidade muito horizontalizada e com a qualidade dos novos empreendimentos, cada vez mais pessoas tem se interessado", destaca.

Em segundo lugar no número de unidades vendidas, a região de Rio Preto figura no topo do ranking das regiões que mais tiveram empreendimentos lançados no primeiro semestre de 2020: foram 2.640 unidades disponibilizadas. Na sequência do ranking, estão as regiões de Sorocaba (2.147 unidades) e Campinas (1.623 unidades). Ao considerar o Valor Global Lançado (VGL), a região de Rio Preto ocupa a terceira colocação, atrás de Campinas e Sorocaba, e movimentou R$ 161 milhões.

Uma junção de fatores explica o aquecimento do mercado de loteamentos imobiliários durante a pandemia. A queda da taxa Selic para 2% e a baixa nos juros tornaram outros tipos de aplicações menos atraentes, afirma Angelo Adriano Kelm, diretor comercial da Setpar. "Esse investimento foi revertido para o mercado imobiliário, que é mais seguro e rentável. Isso ajudou a fomentar o mercado", avalia.

Ainda segundo Angelo, a grande procura por lotes comerciais é um exemplo de que investidores passaram a enxergar o mercado de loteamento como um bom investimento.

"Nós tivemos um aumento de 70% na vendas de lotes comerciais. Teoricamente, em uma crise, era para termos tido uma retração. Mas as pessoas passaram a enxergar esse momento como uma oportunidade", destaca.

Além do aspecto financeiro, a pandemia também provocou uma mudança de comportamento das pessoas, destaca Calixto Abelama Neto, gerente comercial da Emais Urbanismo. Desde o início do ano, o número de vendas teve um volume 35% maior do que esperado pela empresa. Em grande parte, esse aquecimento foi influenciado por quem mora atualmente em apartamento e que passou a buscar casas residenciais. "Essas pessoas começaram a trabalhar em casa e a ficarem mais tempo com a família. A casa deixou de ser um simples dormitório. Isso fez com que elas procurassem por mais espaço e mais conforto", argumenta.

Essa foi uma das razões levaram a funcionária pública Rita de Cássia Pompeo, 29 anos, a investir em um terreno. A experiência de morar por diversos anos em apartamento a fez sentir falta de ter mais espaço e liberdade. "Essa é uma coisa que eu já vinha planejando e achei que agora fosse o melhor momento, pois está sendo o investimento mais seguro".

Rita comprou um terreno em um loteamento na região leste de Rio Preto. O contrato foi formalizado na última semana. A expectativa é de que o loteamento libere para a construção já no mês de dezembro. "Foi um processo muito fácil, sem burocracia e bastante rápido. Acredito que valeu a pena". pontua.

Mercado deve continuar aquecido

Mesmo com as incertezas do futuro da economia e sem saber por quanto tempo o Banco Central manterá a Selic em 2%, as loteadoras estão otimistas com o mercado em Rio Preto para os próximos anos. Isso porque a cidade é, ano após ano, a que mais aprova loteamentos no estado. A constatação é do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo).

No primeiro semestre de 2020, foram liberados cinco novos loteamentos que, juntos, somam 3.780 terrenos. Em apenas seis meses, o número já supera 2019 inteiro, quando foram liberados 3.702 terrenos em um total de seis projetos.

A estrutura da cidade e qualidade de vida são fatores que atraem pessoas dos grandes centros para investir no mercado imobiliário e mesmo escolher viver na cidade, destaca Calixto Abelama Neto, gerente comercial da Emais Urbanismo. "Como ainda temos várias áreas que conseguem fazer esses empreendimentos, acreditamos que esse cenário permanece por alguns anos", acredita. Para o ano que vem, a loteadora está estimando lançar 3 mil unidades.

"Rio Preto tem uma estrutura governamental bem consolidada que, independentemente da troca de prefeitos, agiliza a parte burocrática para a liberação de novos loteamentos", explica Thiago Ribeiro, diretor regional do Secovi. Ele acrescenta que essa estrutura atrai loteadores da cidade e de outras regiões.

Em 2021, a Setpar está programando lançar mais dois loteamentos na cidade, que somam 1,1 mil unidades. Um dos empreendimentos, localizado na região norte, vai disponibilizar mais de 700 terrenos. "O lançamento seria neste ano, mas adiamos para oferecer um loteamento com a estrutura completa. Já pronto para construir", finaliza Angelo Adriano Kelm, diretor comercial da empresa. (FN)

Balanço 1º setembro de 2020

Loteamentos Lançados por Região Administrativa

Unidades

Rio Preto 2.640

Sorocaba 2.147

Campinas 1.623

Ribeirão Preto 1.547

Araçatuba 1.033

Presidente Prudente 696

Bauru 667

Araraquara 334

Região Metropolitana de São Paulo 200

 

Número de Lotes comercializados por Região Administrativa

Unidades

Campinas 4.172

Rio Preto 2.717

Sorocaba 1.766

Ribeirão Preto 1.387

Araçatuba 1.126

Araraquara 1.124

Franca 723

 

Valor geral de vendas por região

Valor

Campinas R$ 609 mi

Rio Preto R$ 247 mi

Sorocaba R$ 190 mi

Ribeirão Preto R$ 129 mi

Araçatuba R$ 125 mi

Araraquara R$ 118 mi

Franca R$ 106 mi

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/2020/10/1211485-regiao-de-rio-preto-e-a-segunda-do-estado-em-venda-de-terrenos.html