Região do Polo Têxtil encerra 2024 com 53 supermercados a mais que em 2023
Dados da Apas mostram que cidades da região tiveram 84 aberturas e 31 fechamentos
LiberalA RPT (Região do Polo Têxtil) fechou o ano de 2024 com 53 supermercados mais que no ano anterior, o que representou um crescimento de 12% do setor. Os dados foram divulgados neste mês pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) e ainda detalham que foram 84 aberturas de estabelecimentos e 31 fechamentos.
De acordo com o levantamento, Hortolândia é o município da região que teve o maior saldo de empreendimentos, com 19, sendo 31 inaugurações e 12 encerramentos das atividades. Na sequência, vem Sumaré, com saldo de 15; Americana, com 12; Nova Odessa, com 4; e Santa Bárbara d’Oeste, com 3.
Juntas, as cinco cidades da RPT terminaram 2024 com 483 lojas do setor — que inclui supermercados, hipermercados, atacadistas, hortifrutis e lojas de condomínio. O número é 12% maior em relação a 2023, quando foram contabilizados 430 estabelecimentos.
Ao LIBERAL, o diretor da Apas Campinas, Acácio Maciel, apontou que a região tem se tornado um importante polo para o setor supermercadista do Estado de São Paulo, contribuindo significativamente para o mercado de trabalho e para o faturamento.
Ele ainda destacou a elevação do potencial de consumo da população, bem como a logística e a localização privilegiadas como possíveis explicações para o crescimento.
“A grande maioria dos consumidores frequenta mais de uma loja por mês. As grandes redes também estão entrando nesse jogo, criando formatos menores e mais próximos do consumidor. Ao mesmo tempo, quanto mais aumenta o número desta rede de mercados e atacadistas, maior é o crescimento e o desenvolvimento da cidade”, comentou.
O mercado consumidor em expansão e a forte presença industrial e comercial, principalmente do setor têxtil, motivaram o Delta Supermercados a abrir um empreendimento em dezembro de 2024 no Parque Residencial Jaguari, em Americana.
A rede planeja mais uma unidade no bairro Terramérica e afirmou, ao LIBERAL, que além do preço e da qualidade dos produtos, os compradores têm “valorizado cada vez mais a conveniência, a proximidade e a experiência de compra”.
“Observamos um aquecimento significativo no setor supermercadista da região, impulsionado por diversos fatores econômicos e comportamentais. A retomada gradual da economia, aliada ao aumento do consumo das famílias e à melhoria do mercado de trabalho, tem fortalecido o varejo alimentar”, disse o Delta.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Americana, Rafael de Barros, enumerou quatro pilares para o aumento no número de supermercados.
A primeira é uma mudança no comportamento do consumidor, que após a pandemia da Covid-19 passou a privilegiar a conveniência e a proximidade com o estabelecimento. Essa nova rotina tem motivado o segundo pilar: as empresas construírem mais unidades, dentro de bairros e com disponibilização de outros serviços (farmácias, óticas e etc.).
Ele também lembrou da qualidade de vida em municípios como Americana, nas quais os moradores têm médias salariais altas, ou seja, com potencial para compra. Por fim, Rafael destacou a parceria com o poder público para ajudar nos trâmites para recepção de uma loja.
“Essa questão dos trâmites é muito importante, porque se você vai para uma cidade fazer um grande investimento, você não pensa apenas no curto prazo. Você quer saber se vai ter um suporte, se é viável investir um grande valor nessa cidade. A prefeitura tem de ser um órgão dentro da lei e que facilita negócios”, ponderou Rafael.