10/12/12 16h41

Região é destaque em atlas eólico

Correio Popular

A região de Campinas se destaca entre as de maior potencial para geração eólica em todo o Estado, segundo o Atlas Eólico de São Paulo divulgado ontem e que aponta que o aproveitamento do potencial paulista pode gerar R$ 14 bilhões (US$ 6,7 bilhões) em investimentos, além de cerca de 50 mil empregos em todo o setor. Cidades que estão no eixo Campinas-Amparo, como Jaguariúna e Pedreira, e Campinas-Jundiaí, caso de Valinhos, Vinhedo e Itatiba, com velocidade média dos ventos de 6,5 metros por segundo (23,4 quilômetros por hora), têm potencial para atrair investimentos na produção de energia eólica.
Além da região de Campinas, os maiores potenciais estão também nas regiões de Bauru e Sorocaba, segundo informou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no lançamento do atlas. De acordo com o estudo contratado pela Secretaria de Energia, o Estado tem um potencial de 13 TWh anual em geração de energia limpa e renovável, suficiente para atender 5 milhões de residências durante um ano.
O secretário estadual de Energia, José Anibal, afirmou que São Paulo é produtor de 70% dos equipamentos para geração eólica, o que, segundo ele, irá permitir um menor custo de implantação do sistema. “De posse do atlas, os investidores irão ver as regiões em que esses investimentos poderão ser mais adequados e ter boa remuneração”, disse. Uma das vantagens do investimento na energia do vento é a infraestrutura do Estado e a proximidade com os mercados consumidores de energia, o que, segundo Anibal, permite reduzir em cerca de 10% os custos de implantação do sistema e de interligação dos parques geradores eólicos em relação a outras regiões do País. São Paulo, afirmou, tem uma das gerações energéticas mais limpas do mundo, com 55% de participação das energias renováveis — a brasileira conta com 45,5% e a matriz mundial, com apenas 12,5%.
Os estudos realizados para mapear o potencial para a geração de energia eólica consideram dados obtidos em sete municípios: Altinópolis, Avaré, Buritizal, Catanduva, Echaporã, Dois Córregos e São Roque. O monitoramento das sete torres instaladas nessas regiões foi concluído e os dados trabalhados nos Estados Unidos. O consórcio responsável pelo trabalho é formado pelas empresas Bioenergy e Proventos, vencedoras da concorrência pública realizada em 2008 pela secretaria para um levantamento do Atlas Eólico do Estado. O estudo apontou uma capacidade instalada de geração de energia eólica de aproximadamente 4,7 mil MW — a mega-hidrelétrica do Xingu, que está sendo construída no Pará, terá uma potência instalada de 11.233 MW.
No mundo, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, China e Índia são os que mais produzem energia elétrica por fonte eólica. Esses países, em conjunto com Dinamarca, Itália, França e Reino Unido, fizeram com que a capacidade mundial instalada crescesse a taxas exponenciais. Para se ter uma ideia, a capacidade mundial instalada saltou de 18 milMWem 2000 para 190 milMWem 2010. O Atlas Eólico Brasileiro, de 2001, estima que a potência disponível no País ultrapasse os 140 mil megawatts (MW), cerca de dez vezes a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu. No entanto, a capacidade eólica atualmente instalada é de apenas 728 MW, o que representa menos de 1% da energia elétrica produzida no Brasil.

CPFL vai instalar aerogerador
A CPFL vai instalar, em 2013, um aerogerador na Usina Solar Tanquinho, inaugurada há uma semana na região do hotel Solar das Andorinhas, em Campinas, para avaliar a convivência das torres com as plantas de energia solar. Atualmente, a CPFL Renováveis tem um portfólio de 29 parques eólicos, sendo quatro empreendimentos em operação comercial no Ceará, com 210MWe 25 parques em construção no Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, que reúnem uma capacidade instalada de 670MWe têm entrada em operação prevista para 2014. 
A empresa vem investindo pesado na expansão de produção de energia limpa, caso da eólica, baseada no fator decisivo para a evolução dessa produção estar centrado na tecnologia. A capacidade das turbinas cresceu de 50kW para 5MW, sendo que, nos anos 80, as pás mediam 15 metros de diâmetro diante dos 124 metros atuais. Isso permitiu que os parques eólicos constituíssem uma alternativa viável para diversos níveis de demanda. As pequenas centrais podem suprir localidades menores e distantes da rede, contribuindo para o processo de universalização do atendimento. As centrais de grande porte têm potencial para atender a uma significativa parcela dos sistemas nacionais com importantes ganhos, contribuindo para a redução da emissão pelas usinas térmicas de poluentes atmosféricos, diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios ou reduzindo o risco gerado pela sazonalidade hidrológica.