Região do Polo Têxtil ganha 8 mil novos MEIs no primeiro quadrimestre de 2025
Até abril, cinco cidades somavam 104,8 mil microempreendedores individuais, conforme dados do Seade
LiberalA RPT (Região do Polo Têxtil) ganhou 8,2 mil novos MEIs (Microempreendedores individuais) no primeiro quadrimestre deste ano. Conforme dados divulgados pelo Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) no mês de abril, as cinco cidades da região somam 104,8 mil empresas registradas nessa modalidade.
Percentualmente, o crescimento em relação ao fim de 2024 é de 8,5%. A cidade com o maior número de MEIs e que teve o maior aumento no quadrimestre é Sumaré. Ao todo, são 29,4 mil empresas, sendo que 2,4 mil foram criadas nos quatro primeiros meses do ano.
Em seguida aparece Hortolândia, com 2,2 mil novas MEIs e 27,2 mil ao todo. Americana é a terceira colocada da região com 27,7 mil empresas dessa modalidade, tendo registrado um ganho de 1,9 mil MEIs até o mês de abril.
Santa Bárbara d’Oeste gerou 1,2 mil novas empresas e tem um total de 17 mil. Nova Odessa, por fim, soma 6,3 mil MEIs e teve um aumento de 439 microempreendedores individuais no primeiro quadrimestre.
Análise
O contador, mestre em negócios internacionais e professor da FAM (Faculdade de Americana) Artur Soave Frezza destaca alguns fatores para o crescimento. Entre eles, estão a lei da terceirização, de 2017, e a retomada do mercado após a pandemia como fatores para o crescimento dos MEIs.
“Parte delas são pessoas que se tornam MEI para formalizar um negócio como a produção de bolos, doces, refeições, que era caseira e agora com a MEI se formaliza, e parte são as empresas que ao contratar uma MEI reduz a cota de impostos sobre contratação”, analisou.
“Podem pagar R$ 4 mil para uma MEI. Estes mesmos R$ 4 mil, se fosse um funcionário, seria um CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) de R$ 2 mil a no máximo R$ 2,5 mil, dependendo do segmento e ramo de atividade”, completou Frezza.
Para ele, a “Pejotização” e o número de MEIs tende a seguir crescendo. Entretanto, pontuou que o contrato PJ (Pessoa Jurídica) não deve apresentar as características de um contrato CLT como subordinação, pessoalidade e habitualidade.
Sebrae
A tendência de crescimento também é observada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Para o consultor de negócios da entidade no Estado de São Paulo, Vitor Santos, o aumento registrado no primeiro quadrimestre segue uma tendência estadual com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
“O aumento dos MEIs decorre de empresas e tipos de negócios que antes não tinham seu CNPJ, como os entregadores de marketplace, e outros relacionados. Hoje todos estão caminhando para ter a sua regularização e o MEI é uma das grandes oportunidades para eles. Isso inclusive é uma das atividades que mais cresceram no estado”, explicou.
“Aliado a isso também, os pequenos comerciantes com o uso e intensificação das redes sociais podem comercializar pela internet, o que obriga que eles tenham sua legalização de forma correta, permitindo que isso seja transportado ou entregue em plataformas de marketplace ou mesmo pelo correio”, completou Vitor.