04/05/10 10h34

Renner investe em lojas menores e de rua

O Estado de S. Paulo

A Lojas Renner estreia amanhã num dos endereços comerciais mais cobiçados do País. A rede varejista, que até agora estava concentrada em shoppings, inaugura a primeira loja de rua em São Paulo, na Avenida Paulista, numa clara indicação de que começa a mudar a estratégia de expansão. "Há um grande potencial de consumo fora dos shopping centers", afirma o presidente da companhia, José Galló. Com investimentos de R$ 6,3 milhões (US$ 3,6 milhões), a loja terá 3,2 mil metros quadrados e vai ocupar o prédio onde funcionava o Stand Center, shopping de produtos asiáticos.

Atualmente, 90% das 121 lojas da rede em funcionamento estão localizadas em shoppings e 10% delas em ruas de comércio. Galló não revela as metas de aumento de participação das lojas de rua no total de pontos de venda da companhia. Mas ele ressalta que, com a crise, os investidores de shoppings se retraíram no ano passado e ficou mais difícil a locação em shoppings. Com isso, o comércio de rua começou a ser visto com outros olhos.

Além das lojas de rua, o presidente da companhia destaca a intenção de expandir os negócios por meio de lojas compactas. São pontos de venda com 1,5 mil metros quadrados de área útil. "Esse modelo torna viável a expansão em shoppings menores e em municípios com 250 mil habitantes."  Das nove lojas previstas para o segundo semestre, duas delas serão compactas. "Estamos avaliando os pontos", diz.

Neste semestre, a Renner inaugura cinco lojas. No ano, serão 14, com investimentos totais de R$ 140 milhões (US$ 80 milhões). Os recursos são da própria companhia e a maior parte destinada a novos pontos de venda. O consumo aquecido endossa os planos de expansão da rede no principal mercado do País. A empresa encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido R$ 36,9 milhões (US$ 21,1 milhões), o triplo do registrado no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, as vendas da companhia somaram R$ 440,2 milhões (US$ 251,5 milhões), com alta de 21,4% em relação a 2009. Na opinião de Galló, a elevação da taxa básica de juros efetuada pelo Banco Central na semana passada não deve afetar as vendas de itens de vestuário.