12/12/09 11h12

Retomada da indústria é ''robusta'', diz FGV

O Estado de S. Paulo

O Sinalizador da Produção Industrial (SPI) do Estado de São Paulo, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em conjunto com a AES Eletropaulo, cresceu de 3,2% em novembro em relação a outubro, já com o ajuste sazonal. O objetivo do indicador é antecipar as tendências da atividade industrial paulista. Segundo as instituições, na comparação com novembro do ano passado, o SPI avançou 4,4%.

Em outubro, o sinalizador havia mostrado queda de 5,1% ante igual mês em 2008. Na comparação dos últimos 12 meses até novembro, com os 12 meses imediatamente anteriores, a taxa do SPI ainda foi negativa, de 10,6%. O pesquisador da Paulo Picchetti, coordenador do estudo, disse ontem que os números de novembro finalmente confirmaram o cenário que ele havia traçado para esta época do ano, de um crescimento do indicador não somente de um mês para o outro como também em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em entrevista à Agência Estado, ele avaliou que os resultados conhecidos hoje, mais uma vez, corroboram o momento de retomada da indústria, depois de o setor ter sido um dos mais atingidos pelos efeitos do recrudescimento da crise financeira internacional, ainda no final de 2008. "O mais evidente é que o resultado foi mais um número positivo que corrobora o processo de recuperação, que aparece no momento em que observamos outros indicadores importantes que dão hoje ainda mais convicção de que esta retomada está bem sustentada", afirmou.

Entre esses "outros indicadores" mencionados por Picchetti, ele destacou a informação trazida ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre sobre os investimentos. De acordo com o IBGE, o crescimento de 6,5% na Formação Bruta de Capital Fixo ante o segundo trimestre representou a maior alta mensal desde o primeiro trimestre de 2006.

Outra análise realizada por Picchetti sobre o SPI está ligada à base de comparação ruim do fim do ano passado, que justamente ajudou o indicador a passar do terreno negativo para o positivo pela primeira vez este ano, em relação ao ano anterior. "Agora, finalmente, veio este crescimento de 4,4%, que começa a interferir também no resultado de 12 meses, que começa a parar de piorar", disse.