24/03/10 10h59

Retomada de obras estimula materiais de construção

Valor Econômico

Depois de uma queda de 12% no ano passado, a indústria de material de construção começa a sentir, de forma consistente, os efeitos da retomada da construção civil. Os lançamentos das incorporadoras - que pararam de colocar novos produtos no mercado entre o fim de 2008 e início de 2009 - voltaram mais firme a partir do segundo semestre do ano passado. Mas como há um intervalo médio de seis meses entre o lançamento e o início da obra, agora os canteiros começam, de fato, a se movimentar.

O faturamento deflacionado da indústria de materiais de construção cresceu 19% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em janeiro, a alta havia sido de 13,8%. "A crise durou exatos 12 meses para a indústria de materiais de construção", diz Melvyn Fox, presidente da Abramat. "O cenário começou a mudar a partir de novembro, mas só agora se vê uma consistência nesse crescimento", completa.

Prova de que o crescimento da indústria de materiais reflete o novo fôlego da construção civil é que os materiais básicos, como cimento, aço e tubulações, puxaram a alta do setor. Tiveram um crescimento de 22%, contra 13,4% dos materiais de acabamento. "O volume de obras começando é grande", afirma Fox.

Paralelamente, o consumo "formiguinha" também aumenta, estimulado pela redução do IPI. Mesmo depois de toda expansão do mercado imobiliário nos últimos anos e dos recursos injetados pelas ofertas de ações, a venda para os consumidores individuais ainda representa cerca de 60% do total vendido pelo setor. "Com a expectativa de uma nova fase do Minha Casa, Minha Vida e do aumento dos financiamentos, essa equação deve mudar", afirma. A expectativa do setor é de um crescimento de 15% este ano.