26/02/10 11h41

Rexam corre para atender aquecimento da demanda

Valor Econômico

A explosão da demanda por bebidas neste verão de temperaturas acima de 40 graus pegou os fabricantes de latas de alumínio para cervejas, refrigerantes e sucos no contrapé. A maior empresa do setor, a Rexam, por exemplo, informou que vai importar um bilhão de unidades e acelerar investimentos de R$ 180 milhões (US$ 97,3 milhões) em retomadas de fábricas e expansão de unidades no Brasil e no Chile. Em janeiro deste ano, a produção da indústria de latas para bebidas teve um crescimento 26% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os concorrentes da Rexam, como Crown e LatapackBall também estão correndo para ampliar a oferta de material, bem como recorrendo a importações para complementar as necessidades de suas clientes no país.

Segundo André Balbi, diretor da Rexam - grupo inglês - para as Américas, a demanda neste verão ficou 5% acima da capacidade de produção. Ele explica que, antes da crise as previsões mais otimistas eram de que a indústria cresceria até 6% em 2009. Estas previsões foram revistas para estagnação e até para redução logo depois. No entanto, no fim do ano passado, a expansão verificada no mercado foi de 11,7%. O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), Renault de Freitas Castro, reconhece que a indústria errou nas projeções. "Não só houve uma redução de produção, mas também de investimentos, o que foi mais grave", afirma.

O setor trabalha com investimentos na época do inverno. É nesta temporada que as fábricas podem reduzir um pouco o ritmo para executar as expansões de suas linhas. Uma fábrica de latinhas tem a capacidade de produzir três mil latas por minuto. Balbi conta que, cada vez que uma linha para para trocar um rótulo, o que demora cerca de 30 minutos, são 90 mil latas a menos no mercado. Por isso, no verão, obras são proibitivas.

Para correr atrás do prejuízo, a empresa, que hoje produz 11,5 bilhões de latinhas por ano, passará a produzir, no próximo ano, 13,7 bilhões com a reabertura da fábrica de Pouso Alegre (MG) e o aumento da capacidade já instalada das unidades em Jacareí (SP), Recife (PE) e no Chile. Este ano, a Rexam poderá ter de importar um bilhão de latinhas de suas fábricas nos Estados Unidos e do México. Isso também vai ajudar essas fábricas, pois nos EUA a demanda está em queda por conta da crise.

A Rexam também planeja investimentos em inovação. Além dos R$ 180 milhões (US$ 97,3 milhões) nas fábricas, serão gastos mais R$ 20 milhões (US$ 10,8 milhões) em novos modelos de latas e tipos de rotulagem. Destaca que foi a empresa quem inventou a 'sleek', o latão e a lata pequenina, por exemplo. Além disso, agora está conseguindo imprimir imagens de qualidade fotográficas nos rótulos. "Isso ajuda a indústria de bebidas a usar a latinha como veículo de comunicação e marketing, além de adicionar valor agregado à embalagem", afirma o diretor comercial.