10/07/13 16h43

Ribeirão Pires muda legislação e atrai empresa

Diário do Grande ABC

A mudança da legislação em relação ao entorno da represa Billings, que diminuiu as restrições de uso do solo, abriu caminho para que Ribeirão Pires avançasse em direção a uma série de ações destinadas a atrair novas empresas e, no médio prazo, alavancar a arrecadação do município.
Assim, a cidade criou uma força tarefa envolvendo diversas secretarias que, somada à atuação direta do prefeito Saulo Benvides (PMDB), desenvolveu estratégias que agilizam a concessão da documentação para instalação das empresas e incentivam a diversificação de atividades na região. Os resultados já estão começando a aparecer.

Especializada em tecnologia de recepção de sinal, a Advansat Telecom Supplier está investindo R$ 4 milhões na nova sede da matriz em Ribeirão Pires e na implantação da unidade de montagem de produtos, armazenagem e distribuição. A previsão é gerar 100 empregos diretos e indiretos na construção de 6,5 mil m2 e dois pavimentos.
“Em Ribeirão Pires nossa unidade efetuará as montagens dos kits já industrializados em outras unidades, antenas indoor digitais , antenas log digitais e parabólicas, complementando a armazenagem e distribuição aos nossos clientes em todo o território nacional”, diz o diretor da indústria, Eduardo Matos Levado.

O executivo revelou, ainda, que em função das suas necessidades de logística, a empresa pesquisava uma área na região. A facilidade de acesso à Rodovia Índio Tibiriçá e ao Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas foram decisivas para a mudança.
Neste ano, doze empresas de diversos segmentos como autopeças, metalúrgica, alimentação, aço e supermercados compraram ou alugaram áreas na cidade. Além destas, há outras que já possuíam terrenos no município e dizem estar se preparando para instalar ou ampliar seu parque fabril. A previsão é criar 6.000 novos postos de trabalho nos próximos três anos e meio.

AGILIDADE
Como Ribeirão Pires é uma cidade com 100% do seu território em área de mananciais, a atualização da lei da Billings foi fundamental para o ganho de agilidade. Graças à mudança, a prefeitura pode fazer um convênio com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que nos permite liberar construções de até 10 mil m², com limite máximo de 4.000 metro cúbicos de remoção de terra”, explica Paulo Silotti, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda de Ribeirão Pires. “Essa mudança fez o prazo encolher de um ano para três meses ou até menos”, destaca Silotti.

A desburocratização dos procedimentos para construção, ampliação e abertura de negócios foi drástica. Um exemplo é a emissão de certidão de uso de solo. Atualmente, o processo leva 24 horas, antes exigia até 30 dias para ser concluído.

DIVERSIDADE
“O cuidado com o meio ambiente é um dos diferenciais da cidade e nos ajuda a atrair para cá empresas que tenham atividades amigas da natureza”, destaca o secretário, que espera aumentar o número de setores representados na cidade por meio da concessão de incentivos fiscais.

“Especialmente no caso das empresas prestadoras de serviços, vamos conceder benefícios nos segmentos em que a arrecadação é nula ou muito pequena”, explica Silotti. Já aprovado pela Câmara Municipal, o projeto do Executivo reduz a base de cálculo do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) em 41 tipos de serviços que vão desde informática a saúde, passando por administração de cartão de crédito e telemarketing.

Ao atrair outras atividades, a cidade pretende aumentar sua competitividade. “Estamos numa localização estratégica. Agora, o que nos falta é ampliar o volume de negócios. Todas as ações que estão ocorrendo hoje só deverão se refletir na arrecadação em 2015”, diz Silotti. No primeiro trimestre 2013, a geração de recursos por meio de impostos ficou abaixo do esperado na cidade.