24/10/08 16h52

Rigesa repassa tecnologia a indiana

Gazeta Mercantil - 24/10/2008

A Rigesa, subsidiária brasileira da norte-americana MeadWestvaco Corporation (MWV), acaba de formar uma associação na Índia com a fabricante de embalagens de papelão ondulado Wadco Packaging , adquirindo 51% das ações da empresa. Segundo o presidente da companhia no Brasil, Paulo Tilkian, foi uma grande oportunidade diagnosticada pelo grupo para entrar no mercado indiano, considerado muito promissor. "Eles estão bastante atrasados e nós vamos fazer a transferência de conhecimento da produção daqui para lá", diz o executivo sem mencionar o valor do negócio. O projeto prevê a fabricação de embalagens agrícolas destinadas aos produtores da Índia, onde até 40% dos produtos são danificados durante o transporte antes de chegar ao mercado, devido a práticas ineficientes de pós-colheita, processamento e manuseio, de acordo com a companhia. O presidente da Rigesa não informa a capacidade total da fábrica, mas diz que a joint venture MWV Wadco é a primeira desse tipo na Índia e só foi viabilizada graças às mudanças na rígida legislação daquele país em relação ao investimento estrangeiro, que limitava a participação a 30% do capital. "Essa abertura representou uma grande oportunidade de negócios para a Rigesa porque na Índia tem tudo por fazer.", disse o executivo, acrescentando que o negócio foi idealizado antes da crise, mas a empresa acredita que, independente disso, no longo prazo, as oportunidades continuam preservadas. Tilkian afirma que a empresa não pretende mudar sua estratégia em função dos problemas conjunturais. Isso inclui a instalação da 6ª fábrica de embalagens de papelão ondulado no Brasil, que está programada para 2009. A nova unidade, que será estabelecida no município de Araçatuba, no interior de São Paulo, deve elevar em 10% a capacidade da empresa numa primeira etapa. O mercado brasileiro de embalagens, estimado em 4,3 bilhões de metros quadrados, cresceu 4,2% no último ano. A nova unidade será instalada em menos de cinco anos após a implantação da última unidade e visa desafogar as unidades do Sul e do Sudeste. Com a ampliação das atividades, o Brasil já responde por cerca de 10% dos negócios da MWV no mundo, cujas vendas somaram US$ 6,91 bilhões no último ano.