18/03/09 14h50

Romi investe na diversificação de produtos

Valor Econômico - 18/03/2009

Para contornar os impactos da crise econômica em seus negócios, a fabricantes de máquinas e peças fundidas Indústrias Romi, está acelerando seu plano de diversificação do portfólio. Com isso, quer entrar em setores como infraestrutura, além dos segmentos de embalagens para alimentos, bebidas e produtos de higiene e cosméticos. Com instalações em de Santa Bárbara D'Oeste, interior de São Paulo, a maior parte da receita da empresa ainda vem da venda de máquinas-ferramenta, como tornos, mais leves, segmento no qual compete com fabricantes alemães e japoneses. A nova linha de fundição da Romi, parte de projeto de duplicação da capacidade atual e que entra em operação nesta semana, vai dar mais fôlego para fabricação de peças e componentes de grande porte. Terá mais 10 mil toneladas/ano de capacidade. Dela sairão itens para uso na montagem de equipamentos como rotores de turbinas para hidrelétricas, moendas para indústria de açúcar e álcool, eixos pesados para indústria de celulose, rolos para laminadores de aço, além de equipamentos para instalações eólicas, petróleo e gás e portos. "A estratégia é desenvolver um portfólio de produtos voltados para o setor de infraestrutura", afirma Livaldo Aguiar dos Santos, presidente da Romi. A Romi, explica o executivo, fez movimentos importante para assegurar mercados, inclusive em máquinas pesadas. Comprou os ativos da Sandretto, na Itália, o que marcou sua internacionalização e abriu novos nichos para colocar seus produtos. Outra ação foi adquirir, em janeiro do ano passado, a JAC, na vizinha Americana. A empresa é fabricante de máquinas de sopro para frascos e outras peças plásticas voltada aos segmentos alimentício, de higiene e limpeza e de cosméticos. No mesmo mês deste ano comprou uma tecnologia de sopro para PET, com vistas a entrar no negócio de embalagens para bebidas e alimentos. "Queremos ser líder nesse mercado". A demanda por máquinas (ferramentas e para plásticos) continua fraca neste início de ano, explica o executivo. Mas no segmento de fundição, a partir de março, observou início da retomada com a queda dos estoques nos clientes dos setores automotivo, de máquinas agrícolas e outros, que suspenderam pedidos para desovar material estocado. Mesmo assim, a Romi vinha operando com nível de produção alto, próximo da capacidade de 40 mil toneladas ao ano. Além da fundição, a Romi tinha outro plano de investimento, chamado de Paradiso, para transferir e integrar todas suas unidades industriais em novo site, saindo da região central de Santa Bárbara. O montante previsto, até 2011, era de US$ 160 milhões. Devido à crise, foram desacelerados. No total, dos R$ 115 milhões (US$ 50 milhões) que investiria neste ano, serão R$ 75 milhões (US$ 32,6 milhões).