23/10/08 15h57

Romi mantém previsão de crescimento

Valor Econômico - 23/10/2008

A Indústrias Romi vai manter sua previsão de crescimento para este ano, com um aumento da receita de vendas entre 14% e 18%, apesar do "cenário preocupante", informou Livaldo Aguiar dos Santos, presidente da empresa. Em mais um dia de pânico no mercado financeiro, a fabricante de máquinas-ferramenta de Santa Bárbara d'Oeste (SP) anunciou resultados trimestrais "sólidos e sem surpresas", o que é não é pouco num momento em que ativos antes robustos parecem evaporar e os balanços vêm carregados com derivativos exóticos. O lucro líquido de R$ 37,1 milhões (US$ 16,9 milhões) no terceiro trimestre, praticamente inalterado em relação aos R$ 36,6 milhões (US$ 16,6 milhões) do mesmo período de 2007. O resultado antes do Imposto de Renda e de participações estatutárias foi de R$ 49,5 milhões (US$ 22,5 milhões), 13% acima do ano anterior. A receita líquida cresceu 21%, para R$ 199,8 milhões (US$ 90,8 milhões), mas custos de produção comeram parte dos ganhos, principalmente por conta da alta das matérias-primas. Segundo Santos, a empresa ainda não sentiu reflexos da crise. "A carteira de pedidos é razoável, com o nível de cancelamento normal", afirmou. "As projeções de crescimento estão mantidas." Dentro desses parâmetros, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização deve crescer 21% no ano. No entanto, ele ressalta que, para o ano que vem, as contas estão sendo refeitas. A empresa, que vinha crescendo a uma taxa de 20% ano, deve apenas manter o mesmo nível de atividade deste ano, ou seja, crescimento zero. "Estamos no olho do furacão", afirmou. "O mundo que existia há algumas semanas ninguém sabe como será daqui para frente." Ainda assim, estão mantidos os investimentos previstos para aumento de capacidade em 2009, cerca de R$ 75 milhões (US$ 34,1 milhões). Neste ano, foram investidos R$ 125 milhões (US$ 56,8 milhões). No total, o projeto prevê um dispêndio de R$ 470 milhões (US$ 213,6 milhões) até 2011, com aumentos de 10 mil toneladas por ano na capacidade de fundição. "Vamos avaliar a situação para 2010 e 2011, mas temos até o segundo trimestre do ano que vem para decidir", disse Santos. Também estava prevista para 2011 a mudança definitiva para uma nova área, fora da cidade, mas essa parte do plano está congelada. "Tudo que não agrega produção está suspenso."