Saiba como funciona a venda de créditos de carbono na região de Ribeirão Preto
A venda desses créditos acontece com a compra antecipada por grandes empresas, que usam esse recurso para compensar suas emissões de carbono
A Cidade ON Ribeirão PretoNa região de Ribeirão Preto, a recuperação de áreas degradadas e a compensação das emissões de gases de efeito estufa são realizadas, entre outras formas, por meio do plantio de árvores nativas em propriedades rurais. Esse plantio gera créditos de carbono que podem ser vendidos no mercado.
A venda desses créditos acontece por meio da compra antecipada por grandes empresas, que utilizam esse recurso para compensar suas emissões de carbono.
Para participar, proprietários rurais precisam ter títulos de terra regularizados e áreas desmatadas há mais de dez anos – saiba mais abaixo.
O que é crédito de carbono?
Crédito de carbono são certificados que representam a redução ou remoção de uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂), ou de outro gás de efeito estufa da atmosfera, segundo explicação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Esses créditos são usados para compensar emissões de gases de empresas, governos ou indivíduos que querem reduzir seu impacto ambiental. Vale lembrar que no mercado de créditos de carbono, existem diferentes tipos de programas: voltados para compensar ou reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Eles podem ser divididos em outros dois grandes grupos de Mercado Regulamentado (ou Compulsório) ou Mercado Voluntário.
Compensação na região de Ribeirão Preto
Iniciado na região de Ribeirão Preto, o programa “Ana Primavesi” é uma iniciativa do Instituto Ubá de Sustentabilidade, que tem como meta recuperar dois mil hectares de APPs (áreas de preservação permanentes), plantando neste espaço cerca de 3 milhões e 350 mil árvores nativas.
De acordo com a instituição, no ano passado o programa realizou o plantio de 42 mil árvores de cerrado e mata atlântica, em 25 hectares de propriedades rurais da Alta Mogiana – região conhecida por suas atividades agrícolas.
Aberto a todos os proprietários rurais do Estado de São Paulo, a ação é considerada uma solução “viável até mesmo para os pequenos agricultores por causa da compra antecipada de crédito de carbono pelas grandes empresas”.
Na região de Ribeirão Preto, segundo a engenheira florestal Marina Gavaldão, grande parte dos recursos vêm da compra antecipada dos créditos de carbono pelo cliente, que assim compensa suas emissões de gases de efeito estufa.
No processo, os agricultores que aderem ao programa realizam o plantio e o manejo das áreas reflorestadas. Portanto, eles transferem os direitos dos créditos de carbono para as empresas que financiam os projetos e são obrigados a manter as áreas reflorestadas por um período de 40 anos, conforme a legislação ambiental vigente.
Os recursos obtidos com a venda antecipada dos créditos também cobrem custos relacionados a auditorias, insumos e acompanhamento técnico dos projetos. O processo segue as normas previstas no Código Florestal para a recuperação ambiental.