02/07/09 10h04

Saldo comercial é o maior em 30 meses

O Estado de S. Paulo

A balança comercial registrou em junho superávit de US$ 4,62 bilhões, o melhor saldo mensal desde dezembro de 2006. O resultado refletiu o forte crescimento das exportações, de US$ 11,98 bilhões em maio para US$ 14,47 bilhões em junho. Já as importações mantiveram-se praticamente estáveis, passando de US$ 9,33 bilhões para US$ 9,84 bilhões no período. O volume exportado, no entanto, ainda ficou 22,2% abaixo do obtido em junho de 2008 (considerando a média diária), como resultado da retração provocada pela crise global. Já as importações apresentaram queda bem maior, de 38%, espelhando a redução do ritmo de atividade no mercado interno.

No primeiro semestre, a balança acumulou superávit de US$ 13,99 bilhões, 23,8% superior ao do mesmo período de 2008. Na primeira metade do ano, as exportações somaram US$ 69,95 bilhões, com queda de 22,2%. As importações totalizaram US$ 55,96 bilhões, uma redução de 28,9%. A queda maior das importações explica o crescimento do saldo. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, houve queda no semestre das exportações nas três grandes categorias de produtos: básicos (7,4%), manufaturados (30,6%) e semimanufaturados (26,9%).

Com esse cenário, os básicos aumentaram sua participação na pauta brasileira e os produtos industrializados perderam espaço. No primeiro semestre de 2008, os básicos correspondiam a 35,3% das exportações. No fim de junho, já respondiam por 42%. Os produtos industrializados reduziram a sua participação de 62% para 56%.

Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, essa mudança decorre do aumento da quantidade exportada de produtos básicos e da estabilidade das cotações. Entre os itens que tiveram recuperação, Barral citou açúcar refinado, óxidos e hidróxidos de alumínio, medicamentos, hidrocarbonetos, produtos de perfumaria, torneiras e válvulas, ônibus e obras de plástico. Houve retração em todas as categorias de importações no semestre. Com a queda dos investimentos, as compras de bens de capital caíram 13,7% ante 2008. As encomendas de matérias-primas e intermediários caíram 32,4% e de combustíveis e lubrificantes, 51,4%. As importações de bens de consumo caíram menos, 7%, por causa das compras de produtos não-duráveis, como alimentos, que subiram 2,9%.