Salto se prepara para ser novo polo tecnológico de São Paulo

DCI

A cidade de Salto, município localizado no interior do Estado de São Paulo, já começou a se estruturar para seguir os passos da vizinha Jundiaí e se tornar um dos principais polos de tecnologia do País. A proximidade da região do Aeroporto de Viracopos e de rodovias importantes são os atrativos que já chamaram a atenção de empresas que querem investir na cidade, como a alemã Continental, empresa que faturou em 2010 em sua operação no Brasil 1 bilhão de euros e que investiu R$ 23 milhões em um centro de tecnologia para o setor automotivo. "Recebemos por semana de 2 a 3 pedidos de consulta de empresas de tecnologia que têm interesse de produzir aqui", conta José Geraldo Garcia, prefeito de Salto pelo PDT-SP.

O mandatário diz, ainda, que a cidade não vai oferecer nenhum benefício fiscal além dos padrões para rivalizar com as cidades vizinhas Indaiatuba e a própria Jundiaí, que conta com a presença de empresas importantes de TI como a Foxconn, que promete produzir aparelhos da americana Apple no Brasil. "Não vamos oferecer o que não podemos. Nosso atrativo em relação às outras localidades é a capacidade de escoamento de produção por rodovias, trilhos e hidrovia que cortam a cidade, características únicas na região", completa.

De acordo com Garcia, a prefeitura da cidade já começou a se mobilizar para realizar um plano diretor para concessão de áreas para indústrias que queiram se instalar no município, bem como oferecer opções em infraestrutura de água e energia. Além disso, a entidade já está firmando convênios com instituições de ensino técnico para capacitar a mão de obra local, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Fundação Paula Souza.

"O perfil das empresas que estão entrando em contato são de pequeno e médio porte, que demandam áreas de construção de cerca de 1000 metros quadrados", diz Juvenil Cirelli, vice-prefeito do município. Cirelli conta que, atualmente, a cidade fechou contratos com "duas grandes empresas que atuam na área de tecnologia". Uma delas é de origem italiana e fabrica componentes para a área da robótica. A outra atua no segmento de óleo e gás.

Investimento
Mesmo já atuando no Município de Salto há cerca de 40 anos, a Continental é a primeira empresa a investir em um centro de tecnologia na região. O local, de 2.004 metros quadrados vai expandir a capacidade da empresa de realizar ensaios de emissões de gases, homologação e calibração de motores movidos a gasolina, etanol ou diesel. O centro tecnológico concentrará no local todos os recursos necessários para atender os novos projetos de sistemas para montadoras instaladas no País, ou importadoras de veículos. A previsão de conclusão das obras será em agosto de 2012 e deverá gerar aproximadamente 50 empregos diretos e indiretos, com vagas a serem preenchidas pela contratação preferencial de mão de obra local.

A Continental vê o novo centro tecnológico como uma plataforma para alavancar a geração de novos negócios. "Já temos acordos assinados para suportar montadoras a partir do segundo semestre de 2012", afirma Maurício Muramoto, presidente do grupo Continental Brasil. O executivo afirma que a empresa já fechou contratos de prestação de serviços com as principais montadoras de automóveis que atuam no Brasil.

Para Anderson Citron, diretor da divisão Powertrain da empresa, a localização estratégica de Salto e o existente portfólio da Continental em sensores e atuadores, gerenciamento de motor e módulos de fornecimento de combustível permitirão rápida resposta ao atendimento de novos projetos e prestação de serviço. "Este investimento permite à empresa atender a atual demanda de mercado para tecnologias automotivas e assegura serviços excepcionais e suporte às necessidades dos nossos clientes", explica Citron.

A empresa fechou o ano de 2010 com faturamento global de 26 bilhões de euros, apresentando taxas de crescimento de 5 a 10% ao ano desde 2010. Muramoto revela que a meta da empresa é crescer entre quatro e cinco vezes no mercado nacional até 2016. Recentemente, a companhia anunciou investimentos da ordem de US$ 200 milhões para a expansão da planta localizada em Camaçari, na Bahia, onde a empresa estabeleceu sua divisão de pneus.

Além de pneus, a empresa possui também em seu portfólio componentes para motores e chassis, instrumentação, soluções eletrônicas e elastômeros técnicos. O grupo conta globalmente com aproximadamente 164.000 pessoas, em 45 países. No Brasil, o quadro de colaboradores da Continental é composto por mais de 6 mil pessoas, que atuam em treze unidades localizadas em pontos estratégicos do País, como Barueri (SP), Paulínia (SP), Gravataí (RS), Guarulhos (SP), Jundiaí (SP) e Manaus (AM).