24/01/13 09h02

Santander antecipa data center em 1 ano

Correio Popular

O Banco Santander vai antecipar para 2014 a inauguração do seu centro de dados que está sendo construído em Campinas, no Pólo de Alta Tecnologia II - o Ciatec 2. O presidente mundial do banco, Emílio Botin, informou ontem que a unidade, prevista inicialmente para 2015, será inaugurada no ano que vem. Segundo ele, o Santander vai ampliar os investimentos no Brasil nos próximos anos - fato que serve como indicativo que o banco não tem qualquer intenção de vender ativos no Brasil. Há alguns meses, vem circulando no mercado que o Bradesco estaria comprando os ativos do grupo no País. Botin disse à Agência Brasil, após encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT), que espera um crescimento de 3% na economia do País este ano.

O banco está investindo desde 2010, quando o projeto foi aprovado, um total de R$ 450 milhões (US$ 219,5 milhões) para implantar seus dois centros de processamento de dados (data centers). O grupo adquiriu um total de 1 milhão de metros quadrados de área no Parque 2 do Ciatec, sendo que 80% será destinada ao reflorestamento, à composição de parque linear e um local de lazer para a comunidade. Os 20% restantes serão utilizados com as construções de dois Data Centers distantes 500 metros entre si e mais as unidades operacionais onde trabalharão 2 mil funcionários - muitos deles transferidos de outras unidades de processamentos do banco, especialmente de São Paulo. O banco tem 35 agências em Campinas, com 124 mil clientes pessoas físicas e 7 mil pessoas jurídicas, e prevê a abertura de mais 10 até 2013. No mundo, o banco possui 13 mil agências, 170 mil funcionários, 92 milhões de clientes e mais de 3 milhões de acionistas.

O início da operação do centro de processamento é muito esperado pela Prefeitura - segundo estimativas feitas pela Secretaria de Finanças em 2010, quando o projeto foi aprovado, a instalação da unidade vai ampliar o Produto Interno Bruto de Campinas, de cerca de R$ 27,1 bilhões (US$ 13,2 bilhões), em pelo menos 1,5%. A Prefeitura acredita que o empreendimento irá gerar R$ 390 milhões (US$ 190,2 milhões) em riquezas, somados os bens e serviços produzidos pelo banco. Somente com os salários a serem pagos, o Santander deverá ampliar em R$ 222,3 milhões (US$ 108,4 milhões) o consumo em Campinas.

Nos primeiros dez anos, segundo cálculo feito à época, o banco irá pagar R$ 53,5 milhões (US$ 26,1 milhões) em impostos; depois disso o gasto tributário subirá para R$ 8,3 milhões (US$ 4 milhões) ao ano. Somente com taxa de licença de obras o banco já pagou R$ 600 mil (US$ 292,7 mil). A estimativa é que com água, luz e telefonia o empreendimento irá ampliar a arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em R$ 1 milhão (US$ 487,8 mil) ao ano. O Santander será o maior contribuinte de IPTU da cidade, recolhendo algo em torno de R$ 5,5 milhões (US$ 2,7 milhões) ao ano. Entre as intervenções que estão sendo realizadas na área, será feita a restauração da casa que era sede do Sítio Martino - antigo ocupante do espaço onde o Santander se instalará.

A arquitetura do empreendimento é singular: os dois Data Center serão semienterrados e toda a terra que for retirada será aproveitada no próprio terreno, formando rampas ao redor dos prédios Os Data Centers terão laje com teto verde – placas modulares com vegetação perene, criando proteção ambiental favorável. A arquitetura foi planejada para conter o aquecimento por insolação. Os sistemas de geração de energia em emergências são livres de baterias de chumbo e os equipamentos garantem consumo moderado na refrigeração e no controle dos servidores. Os escritórios serão contornados por blocos de vidro integrando os ambientes à paisagem externa. Eles se assemelham a estufa com filtro ambiental, espelho d’água, passarelas cobertas.

Banco terá R$ 5 bilhões (US$ 2,4 bilhões) para infraestrutura
Após a reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, Botin disse ter se comprometido em colocar à disposição do governo até R$ 5 bilhões (US$ 2,4 bilhões) para grandes projetos de infraestrutura. Obanco deverá se envolver, a partir deste ano, no financiamento de obras prioritárias, como a construção e a reforma de portos, aeroportos e rodovias.O Santander direcionará a quantia em questão a empresas que ganharem contratos com governo em futuras concorrências.

Ainda segundo Botin, o volume de crédito disponível neste ano para seus clientes deverá ser de R$ 250 bilhões (US$ 122 bilhões), além de R$ 3 bilhões (US$ 1,46 bilhão) para o investimento em agências e a ampliação de dispositivos de atendimento ao cliente. Mais cedo, Botin reuniu-se com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, com quem discutiu parcerias com universidades federais e a quem disse que irá desenvolver um plano de incentivo ao conhecimento de espanhol para estudantes universitários.