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São Martinho muda gestão e deve investir US$ 2 bilhões

Valor Econômico - 01/08/2008

O grupo paulista São Martinho decidiu profissionalizar 100% sua gestão. João Guilherme Ometto, um dos principais acionistas da usina e o último membro da família Ometto a ocupar cargo executivo no grupo, deixa a presidência para assumir o conselho de administração. Ometto passa o bastão a Fábio Venturelli, ex-diretor da Dow Química, que terá em suas mãos o desafio de triplicar o tamanho da companhia até 2020. Os investimentos para promover essa expansão estão previstos em US$ 2 bilhões. A decisão de profissionalizar o grupo foi tomada em 2000, quando o segmento sucroalcooleiro saiu de uma de suas piores crises financeiras. Oito anos depois, o grupo começa a colher os resultados de sua estratégia meticulosamente traçada pelos acionistas. A estréia no Novo Mercado da Bovespa, em fevereiro de 2007, surpreendeu a concorrência, mas a saída da São Martinho da Copersucar, a qual foi uma das usinas fundadoras da maior cooperativa de açúcar do mundo, surpreendeu ainda mais. Em outubro do ano passado, Fábio Venturelli chegou à empresa contratado como vice-presidente. Mas, desde o início, ele já sabia que sua função no grupo seria a de CEO. Jovem, 42 anos, com uma carreira bem-sucedida na Dow Química no Brasil e nos EUA, o executivo dará continuidade ao processo de expansão do grupo. Com três usinas em operação, a São Martinho, com sede em Pradópolis (SP), deverá construir uma nova unidade - o local não foi definido - e poderá fazer novas parcerias para promover seu crescimento. Hoje a companhia japonesa Mitsubishi Corporation detém 10% da usina Boa Vista, em Goiás. Com seus planos de investimentos, a São Martinho pretende alcançar volume de 30 milhões de toneladas de cana processadas em 2020. Nesta safra 2008/09, a estimativa é moer 11,2 milhões de toneladas. Esses volumes de moagem e aportes poderão crescer no meio do caminho. Para expandir seus negócios, a empresa pretende fazer parcerias, mas nega negociações neste momento. E descarta fusões, como a ventilada no mercado com a recém-formada gigante Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP). Também nega que esteja reforçando parceria com sua atual sócia japonesa Mitsubishi, que foi até apontada como compradora da empresa.