27/01/09 10h15

São Sebastião: 30 vezes mais carga

Gazeta Mercantil - 27/01/2009

Até antes do abalo da economia mundial, um dos assuntos dominantes na mídia eram os gargalos logísticos que barravam o crescimento do País. Os estrangulamentos continuam os mesmos, um deles o sistema portuário. Assim, se crise econômica reduziu a temperatura da discussão, não privou São Paulo, por exemplo, da necessidade de novos portos como alternativa ao terminal marítimo de Santos, o mais importante do País. Pode parecer monótono e repetitivo que a alternativa recaia mais uma vez em cima de Porto de São Sebastião, no litoral norte do estado paulista, de há muito reverenciado por seu calado generoso, de 25 metros, capaz de receber navios de grande porte, tendência mundial cada vez mais consolidada entre embarcações pela redução de custos de fretes. Tantas vezes mitificado como salvação para o sistema portuário da região Sudeste, agora há um projeto integrado para colocar São Sebastião entre os importantes terminais brasileiros de outras cargas que não sejam petróleo e seus derivados. Frederico Bussinger, diretor presidente da Companhia Docas de São Sebastião, está empenhado para que o porto seja importante também em outras cargas. Sua previsão é que possa movimentar no futuro (que ele não especifica) um total de 25 milhões de toneladas de mercadorias que não sejam petróleo e seus derivados. Tal número simplesmente equivale a um salto de 30 vezes sobre o volume de 2008, quando São Sebastião movimentou 833 mil toneladas no cais público. Para que tais projeções possam ser concretizadas, Bussinger liderou a execução do chamado Plano Integrado Porto-Cidade, que prevê melhorias profundas nas condições gerais de São Sebastião. A única coisa que não muda é o generoso calado, de 25 metros. O projeto do novo Porto de São Sebastião anda em ritmo acelerado. Idealizado em outubro de 2007, já venceu vária etapas no cronograma e agora está na fase de licenciamento ambiental tanto junto ao Daia (órgao estadual) quanto ao Ibama, no plano federal. O cronograma prevê as licitações para arrendamento dos terminais já no segundo semestre deste ano "Sabemos que investimentos públicos em projetos dessa envergadura são inevitáveis. Assumiremos tal responsabilidade e a condição de gestores, mas queremos a iniciativa privada como parceira", diz Bussinger, para arrematar. "O poder público sabe que tem de fazer seu papel para que os pretendentes possam se candidatar à noiva."