17/07/15 15h02

SCA investe R$ 242 milhões no país

Valor Econômico

Maior fornecedora mundial de produtos para cuidados com incontinência urinária, como absorventes e fraldas, a sueca Svenska Cellulosa AB (SCA), conhecida também pelos lenços de papel Tork, vai investir R$ 242 milhões, ou 650 milhões de coroas suecas, em uma nova fábrica no Brasil.

O investimento deve viabilizar a meta da multinacional de expandir em "dois dígitos" por ano as vendas no mercado brasileiro nos próximos cinco anos, disse ao Valor o diretor-geral da companhia no país, Gustavo Vega. Em 2014, as vendas líquidas da SCA no Brasil totalizaram R$ 175 milhões - globalmente, o faturamento chegou a US$ 15,2 bilhões - e o crescimento da operação local foi de 35,9%.

O investimento vai resultar na ampliação da capacidade produtiva local de produtos para cuidados em incontinência urinária. Hoje, o Brasil representa o terceiro maior mercado de varejo no mundo para esses itens e países emergentes têm conquistado relevância nos negócios da companhia sueca, dona das marcas Biofral e Tena. No segundo trimestre, México, Brasil, China, Rússia e Índia responderam por 33% das receitas da companhia, que subiram 13% na comparação anual para 29,22 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 3,4 bilhões).

A nova fábrica será instalada em Jarinu, no interior de São Paulo, e vai substituir a unidade existente em Osasco, com início de operação previsto para 2016. "A fábrica atual não oferece área para expansão", disse Vega. Nos últimos anos, o crescimento agressivo da companhia no mercado de fraldas de uso adulto e a limitada capacidade de produção levaram a SCA a retirar de seu portfólio a linha infantil no país. Com a mudança, a empresa vai devolver o prédio que aluga em Osasco aos proprietários e ocupar uma área própria em Jarinu.

A partir da ampliação da capacidade produtiva, que não é revelada, a multinacional pretende manter o foco nas linhas de uso adulto. Mais adiante, poderá iniciar a produção local dos produtos da marca Tena, hoje importados. Globalmente, a Tena responde por 24% do mercado de cuidados com incontinência urinária.

Quando comprou a Pro Descart, em 2011, em operação que marcou o início da produção no país, a multinacional já tinha como foco o mercado doméstico de fraldas e absorventes para adultos, no qual é vice-líder. "Há demanda crescente e uma mudança de hábito do consumidor em direção aos produtos de maior qualidade. Apesar do custo mais elevado, ao final esses produtos representam uma economia porque é preciso fazer menos trocas", explicou.

A crise econômica que atravessa o Brasil, disse o executivo, não se refletiu em menores vendas da SCA e a meta de crescer em dois dígitos, inclusive em 2015, está mantida. "Estamos olhando para o longo prazo", acrescentou. A empresa pretende comprar até 100% da matéria-prima utilizada no país e não descarta tornar-se cliente da Klabin ou da Suzano Papel e Celulose, que se preparam para produzir no país a celulose do tipo fluff, usada na fabricação de fraldas e absorventes. "Vamos olhar para a matéria-prima de qualidade e com bom preço."

Em comunicado, o principal executivo da multinacional sueca, Magnus Groth, afirmou que o investimento vai ampliar a lucratividade da operação no país a longo prazo. "O investimento nos permite capitalizar as oportunidades de crescimento que podemos ver no mercado brasileiro de incontinência e potencialmente lançar outras categorias de produtos no futuro", disse. Junto aos resultados trimestrais, divulgados ontem, a SCA reiterou que perseguirá o crescimento em mercados emergentes.