27/08/08 13h42

Segmento de luxo atrai Sotheby´s ao Brasil

Valor Econômico - 27/08/2008

A batida do martelo na venda de uma obra de arte pode render mais do que algumas dezenas ou centenas de milhões de dólares. Ao leiloar obras de Picasso e Renoir, entre outros monstros das artes, a tradicional Sotheby´s passou a ter acesso às mansões do exclusivo grupo de bilionários espalhados pelo mundo. Não tardou para criar sua divisão de Real State, que hoje vende imóveis de altíssimo padrão em 50 países e tem planos ambiciosos para o Brasil. Com o mapa da fortuna mundial nas mãos, há cinco anos a empresa começou a expandir a área imobiliária pelo mundo. No país há dois anos, a subsidiária brasileira está focada na venda de imóveis entre R$ 5 milhões (US$ 3,2 milhões) e R$ 8 milhões (US$ 5,1 milhões). Abriu o segundo escritório em São Paulo e deve expandir para Rio de Janeiro e seis capitais do Nordeste. A Sotheby´s atualmente vende R$ 500 milhões (US$ 318,5 milhões) no Brasil. Entusiasmada com o seleto grupo de milionários brasileiros e de estrangeiros dispostos a investir no país, a empresa não economiza nas projeções. Pretende comercializar R$ 1 bilhão (US$ 637 milhões) nos próximos 12 meses e R$ 2 bilhões (US$ 1,3 bilhão), a partir de 2009. Desse volume, 60% devem vir da área residencial, 30% em imóveis de lazer e 10% em imóveis para negócios, como prédios comerciais e galpões. "Apesar do dólar, o Brasil está barato, perto do resto do mundo. É o 48º país em preço médio do metro quadrado de luxo, que oscila entre R$ 5 mil (US$ 3,2 mil) e R$ 8 mil (US$ 5,1 mil)", afirma Fábio Rossi, presidente no Brasil. Se antes eram os europeus que olhavam para o Brasil, agora árabes, russos e japoneses começam a mostrar interesse pelo país. "Há muitos milionários russos querendo informações sobre prédios inteiros no Brasil", afirma Celso Pinto Jr. "Nosso objetivo é estimular negócios entre os diferentes países."