20/05/09 10h10

Segmento industrial volta a crescer a partir de março

Valor Econômico - 20/05/2009

Depois de um primeiro trimestre fraco, sem menção a novos projetos, o mercado de construções industriais começa a dar os primeiros sinais de reaquecimento. Na dianteira dessa retomada - ainda lenta - está o setor de bens de consumo. Empresas como Colgate-Palmolive, Kopenhagen e Boticário investem para otimizar a logística e distribuição de seus produtos. Enquanto a indústria pesada (papel e celulose, cimento, mineração) continua sem tirar os planos do papel, companhias de alimentos e higiene pessoal, ancoradas pelo consumo interno, partem para a construção de novas unidades ou de grandes centros de distribuição.

A Bracor, empresa que tem como sócio o megainvestidor imobiliário americano Sam Zell, fechou contrato com a Colgate para a construção da fábrica e do seu maior centro de distribuição da América Latina, que somarão uma área de 65 mil metros quadrados de área construída - num dos poucos projetos sob medida (build-to-suit) feitos este ano no mercado. A nova unidade ficará no parque industrial de 120 mil m2 que a Bracor está estruturando em parceria com a EcoRodovias na confluência da Imigrantes e a porção sul do Rodoanel, em um investimento total de R$ 120 milhões (US$ 57,1 milhões).

Os maiores contratos do grupo Advento, que possui quatro empresas do setor industrial, incluindo a construtora Serpal, também estão nessa área: a empresa está fazendo, entre outras obras, a ampliação do Shopping Higienópolis, em São Paulo, que terá nova ala de 33 mil metros quadrados, em um negócio de cerca de R$ 50 milhões (US$ 23,8 milhões). No primeiro trimestre, o grupo Advento, que tem o Credit Suisse como acionista minoritário, cresceu 27% em relação ao mesmo período do ano passado, justamente por conta dessas obras. Para o ano, a estimativa é fechar com faturamento de R$ 800 milhões (US$ 381 milhões), contra R$ 580 milhões (US$ 317 milhões) em 2008.