27/11/09 12h14

Seis companhias disputam compra da Gás Brasiliano

Valor Econômico

Novamente posta à venda, a Gas Brasiliano tem seis empresas interessadas no seu controle. Estão na disputa a Petrobras; a japonesa Mitsui; a Cosan; a Termogás, do empresário Carlos Suarez, associada à Cemig; o Fundo InfraBrasil do banco Santander; e a colombiana Promingás, controlada pela Prisma Energy International, que comprou os ativos da Enron. A área de concessão da Gas Brasiliano atende 375 municípios do Estado de São Paulo, incluindo Ribeirão Preto, Barretos e São José do Rio Preto, só para citar alguns.

O vendedor é a italiana Eni, que controla a Gas Brasiliano através de duas empresas, a Eni International BV, com 80%, e a Italgas S.p.A, que tem 20%. O banco Santander assessora a operação desde 2005, quando a empresa foi colocada à venda pela primeira vez. A análise das propostas financeiras se encerra em dezembro, mas antes de fechar o negócio o nome do vencedor precisará ser submetido à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).

Desde que ficou fora da privatização da Comgás na década de 90, a Petrobras tenta entrar no mercado de distribuição de gás em São Paulo, único Estado onde não tem presença forte apesar de ali existirem três concessões (Comgás e Gas Natural, além da Gás Brasiliano). Outra grande interessada, a Mitsui, já demonstrou seu apetite pelo setor em novembro de 2005, quando pagou US$ 250 milhões pela Gaspart, empresa que era controlada pelo grupo Enron e que tem participação acionária em sete distribuidoras de gás canalizado no Brasil.

Para a Cosan, que comprou a rede de distribuição de combustíveis da Esso, a aquisição faz sentido porque a concessão fica na área de influência de suas usinas de álcool. E como tem planos de gerar energia a partir do bagaço-de-cana, a construção de térmicas a gás permitirá que ela venda energia o ano inteiro e não apenas nos seis meses da safra.

A área de concessão da Gás Brasiliano fica na influência do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) e abrange 58,1% dos municípios de São Paulo. Mas em termos de população representa apenas 20,4%. A empresa tem contrato de compra de gás boliviano até 2012. Na média dos doze meses encerrados em setembro o consumo de gás na concessão da Gás Brasiliano foi de 520 mil metros cúbicos de gás por dia, menos da metade do consumo verificado pela Gás Natural, de 1,2 milhão de metros cúbicos dia. No mesmo período, a média da Comgás foi de 11,8 milhões de metros cúbicos diários.