22/05/09 11h12

Selmi eleva venda em 20% e amplia mix

Valor Econômico 22/05/2009

A verdadeira crise econômica, pelo menos para o Pastifício Selmi, aconteceu no ano passado e já acabou. "A alta do trigo deixou a gente louco", diz Ricardo Selmi, presidente da empresa que é dona de duas das marcas de macarrão mais vendidas do país: Galo e Renata. "Agora, com os preços em patamares mais normais, estamos bem", afirma ele que projeta vendas 20% maiores em 2009 para a empresa de 122 anos que ganhará no ano que vem sua terceira fábrica, em Suape, no Pernambuco. Selmi, que pertence à quarta geração da família fundadora do pastifício, diz que enquanto muita gente se descabelava com a queda das bolsas e a quebra dos bancos no último semestre de 2008, a companhia com sede em Campinas respirava aliviada. Com uma alta de 78% em 2007, o preço do trigo - a matéria prima das massas - continuou em disparada em 2008 até chegar, em março daquele ano, a U$ 1,32 o bushel (medida do setor que equivale a 27 quilos). Depois desse pico, o valor do grão foi baixando lentamente. Só chegou a níveis aceitáveis, entretanto, no fim do ano. Hoje, a cotação está em US$ 0,67. Além de diversificar a produção, a Selmi também quer se tornar, ao mesmo tempo, mais nacional e mais internacional. Os estados nordestinos são uma região estratégica para quem produz massas. Segundo a Nielsen, é a região que mais consome massas no país - o equivalente a 27% da produção nacional. O estado de São Paulo vem em segundo lugar, com 24% e o Sul com 17%.Esse perfil de consumo justifica o investimento inicial de R$ 20 milhões (US$ 9,5 milhões) que a empresa está fazendo na nova fábrica de Suape, que terá obras iniciadas assim que as chuvas cessarem. A nova unidade produzirá 4,3 mil toneladas ao mês de massas secas longas (espaguete, por exemplo), cortadas (gravatinha) e também de macarrão instantâneo. As fábricas de Sumaré (SP) e de Londrina (PR) produzem atualmente 8 mil e 3,2 mil toneladas mensais respectivamente.