20/05/09 10h14

Selo certificará produção correta do etanol brasileiro

O Estado de S. Paulo - 20/05/2009

A partir de junho, os produtores de açúcar e etanol e usinas que quiserem ostentar um selo de boas práticas socioambientais já terão uma alternativa no mercado. A certificação Rainforest Alliance, conhecida no mercado internacional, passa a ter um conjunto de critérios específicos para a indústria de cana-de-açúcar, o primeiro do gênero em todo o mundo. O selo deve ajudar as empresas a buscarem uma diferenciação no mercado, no caso dos produtores de açúcar, e também evitar pressões ou embargos de ONGs e governos em relação ao etanol brasileiro. "A certificação é uma garantia independente de boas práticas trabalhistas e ambientais no campo. Temos grupos agroindustriais que avançaram muito nessas questões e que merecem essa diferenciação no mercado", explica Luis Fernando Guedes Pinto, superintendente do Imaflora, organização que concede o selo Rainforest Alliance no Brasil. O grupo Adecoagro, que atua no ramo da agroindústria, já possuía a certificação Rainforest Alliance para sua produção de café gourmet, que é exportada para países da Europa, Estados Unidos e Japão. "O selo verde nos permite um prêmio médio de US$ 8 por saca de café", afirma Marcelo Vieira, diretor do Adecoagro. O grupo Balbo, de Sertãozinho (SP), dono da marca de orgânicos Native também mostrou interesse na certificação, segundo Pinto, da Imaflora. Existe também o interesse por parte de traders europeias que atuam no País. "O produtor de açúcar quer vender produto com selo verde, inclusive para as grandes indústrias de alimentos, que começam a exigir certificações. E quem negocia etanol quer reduzir os riscos sociais e ambientais da produção", diz Pinto.