26/11/09 11h17

SEP e Codesp já estudam ampliar o calado de Santos para 17 metros

Valor Econômico

Com a definição do início da dragagem de alargamento e aprofundamento do porto de Santos, selada ontem com a obtenção da licença expedida pelo Ibama e que elevará o calado do estuário para 15 metros, tanto a Codesp, autoridade portuária da região, quanto o governo federal já encaminham estudos para a próxima etapa: atingir a profundidade de 17 metros.

Três dragas chinesas, integrantes do consórcio Draga Brasil, vencedor da licitação, em diferentes momentos, vão trabalhar no estuário santista, hoje com a média de 13 metros de calado, o que limita a navegação de navios de maior porte, em especial de transportadores de granéis sólidos. A meta de conclusão dos trabalhos é de dez meses.

O ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos (SEP), que assinou em público a ordem de serviço que permite o deslocamento dos equipamentos da Draga Brasil de outras regiões para o porto paulista, apontou para a próxima etapa, quando Santos deverá contar com 17 metros de calado, uma profundidade apta ao recebimento de navios de última geração, os "post panamax", de maior envergadura e que exigem equipamentos portuários mais potentes, alguns já adquiridos por operadores locais.

Para essa nova fase, a Codesp já apresentou à SEP um primeiro estudo dos projetos que devem compor a carteira nacional do setor que fará parte do que o governo federal chama de PAC 2 - a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento -, uma sequência do atual, a ser deixado ao presidente da República que vai suceder Lula. Com um conjunto que soma cerca de R$ 1,5 bilhão (US$ 872 milhões), a Codesp quer prosseguir no aprofundamento do canal de navegação, alargar vias de acesso ao porto, ampliar perimetrais e construir uma passagem subterrânea para conjurar cruzamentos de veículos no interior de áreas próximas ao mar, entre outras intenções.

O projetado do novo calado para o porto paulista provocou antecipações de investimentos pelo setor privado, como o Terminal da Margem Direita (Tecondi), que responde por 12% da movimentação de contêineres em Santos. Segundo Agnes Barbeito, vice-presidente do Tecondi e presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), depois de uma retração de 20% nos trabalhos com contêineres, o setor aposta em um avanço, em medida semelhante, para 2010.

A fatura da aposta do Tecondi tem o valor de R$ 70 milhões (US$ 40,7 milhões), com a construção de um novo berço de atracação na área do Saboó, à entrada do porto, próximo ao sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes. Depois de amargar um recuo de 20% para cerca de 260 mil Teus (medida para contêiner de 20 pés), em razão da crise econômica mundial, o terminal olha para 2011, com a dragagem pronta e melhoria do comércio exterior, preenchendo sua nova capacidade operacional de 700 mil Teus por ano, segundo Barbeiro.