30/05/07 11h07

Setor aéreo se expande em ritmo pré-crise

Folha de S. Paulo - 30/05/2007

Em abril, a aviação doméstica brasileira começou a dar mostras de sair da crise causada pela saída da Varig do mercado em 2006. No mês passado, houve 4,32 milhões de desembarques nacionais, 15,2% a mais do que os 3,75 milhões do mesmo mês de 2006. O total acumulado no quadrimestre, de 16,44 milhões de desembarques -entre vôos regulares e fretados-, se configura num recorde histórico no país para o período. O dado se coaduna com os números favoráveis divulgados ontem pela Embratur e pela FGV (Fundação Getulio Vargas), constantes do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, mostrando que, impulsionado principalmente pelo setor aéreo, o faturamento da cadeia de turismo cresceu 9,6% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O boletim trouxe outra notícia boa: em média, os empresários do turismo pretendem investir 7% de seu faturamento no trimestre corrente. As taxas mais altas são encontradas em transportes aéreos -9%- e restaurantes -8,2%. Todos esses bons números, na visão de José Ernesto Marino Neto, da consultoria BSH International, estão relacionados a quem trabalha com turismo doméstico. Segundo ele, hoje, quem prescinde de atrair turistas estrangeiros para aumentar o faturamento esbarra em três problemas: devido ao real forte, o Brasil está caro; ainda está difícil de vir para cá, devido à perda de assentos internacionais com a saída da Varig; e o visitante que chega acaba maltratado, em filas enormes na Polícia Federal ou pela violência. Para Luiz Gustavo Barbosa, coordenador do núcleo de turismo da FGV, o cenário é positivo porque, como o turismo enquadra-se na categoria de consumo, o crescimento da economia favorece o setor -não só o de lazer como também o de negócios. Em sua visão, os hotéis, que no início dos levantamentos trimestrais se mostravam mais otimistas -o boletim divulgado ontem está em sua 14ª edição-, estão temerosos devido aos problemas que o setor aéreo enfrentou recentemente, como a crise da Varig e os atrasos e cancelamentos de vôos.