Setor automotivo debate oportunidades e desafios para inovar em evento no IPT
Evento realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicos (IPT) com apoio da Investe SP reuniu representantes de Hyundai, Toyota, Comil, Volkswagen, General Motors, Metro-Schacman, Caterpillar, Honda, Foton Motors, Renault, Volvo e Anfavea
O IPT e a Investe SP reuniram nesta terça-feira, 25 de setembro, representantes do setor automotivo para debater as oportunidades e os desafios na área de pesquisa e desenvolvimento. “A palavra-chave aqui é competitividade. Nosso objetivo é unir esforços, consolidando a parceria entre o setor automotivo e o IPT, para que o Brasil volte a ser uma plataforma exportadora”, afirmou o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida.
O evento também foi destinado a mapear as necessidades do setor no que se refere à inovação, tendo em vista a busca por aprimorar os serviços disponibilizados pelos 40 laboratórios do IPT à indústria automotiva. “Compreender as demandas dos nossos clientes e transformá-las em metas é um grande desafio”, ressaltou o diretor presidente do IPT, Fernando José Gomes Landgraf.
A ideia do encontro surgiu por conta do novo regime automotivo, que entrará em vigor em janeiro de 2013, prevendo créditos sobre o recolhimento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as empresas que investirem em projetos de inovação. O novo regime, conhecido como Inovar Auto, tem suas diretrizes estabelecidas pela Lei 12.715, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 18 de setembro.
O café tecnológico realizado no IPT propiciou aos participantes conhecer por dentro três laboratórios do instituto: corrosão e proteção, bionanomanufatura e simulador solar. Segundo Landgraf, o instituto entrará em contato com todas as empresas que participaram do evento para que possam ser analisadas possibilidades de parceria.
Embrapii
Além disso, o café tecnológico propiciou ao instituto apresentar às empresas a oportunidade de participar da ação piloto da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O IPT é uma das três instituições brasileiras que participam da ação piloto da Embrapii, que objetiva fomentar projetos de cooperação entre empresas nacionais e instituições de pesquisa e desenvolvimento para a geração de produtos e processos inovadores.
No caso desses projetos, o custeio é compartilhado entre a empresa, a Embrapii e o IPT. A participação da empresa se dá pelo aporte de recurso financeiro, variável de acordo com os critérios de seleção de projeto, baseados em três pilares: inovação, em que se avalia o potencial de geração de conhecimento do projeto; desafio, em que se leva em conta o gargalo tecnológico a ser vencido; valor, em que se considera o resultado potencial do projeto para a empresa e para o IPT.
As empresas que desejarem apresentar propostas para participar da ação piloto da Embrapii no IPT, devem desenvolver projetos relacionados a plataformas tecnológicas de biotecnologia, nanotecnologia, microtecnologia e metrologia de ultraprecisão. Segundo o IPT, essas áreas são chave para promover o desenvolvimento sustentável, garantindo vantagem competitiva às empresas. A multidisciplinaridade destas plataformas possibilita a realização de soluções tecnológicas integradas com aplicação em diferentes mercados.
“Os recursos da Embrapii não são reembolsáveis e podem financiar até 90% dos projetos dependendo da inovação”, afirmou Flavia Motta, da Coordenadoria de Planejamento e Negócios do IPT.
Para discutir oportunidades de desenvolvimento de soluções e produtos inovadores, basta entrar em contato com a equipe do IPT via e-mail ([email protected]).
Novidades tecnológicas
Um parabrisa com tratamento superficial por meio de aplicação de nanotecnologia, que repele a água e aposenta o limpador elétrico, e a pintura de carroceria com capacidade regenerativa, que também graças à nanotecnologia é capaz de eliminar pequenos riscos automaticamente. Essas foram duas novidades tecnológicas mencionadas durante o café tecnológico que estão em desenvolvimento e devem chegar ao mercado nos próximos anos.
Também abordou-se a questão da logística reversa, que criará “desmontadoras” de veículos para promover a reciclagem total dos carros antigos ou que saem de circulação, cumprindo as novas legislações ambientais, e a necessidade de aprimorar os métodos de homologação de novos veículos, para que esse serviço se torne mais ágil.