18/12/09 12h31

Setor de motos tem nova desoneração e mais crédito

Folha de S. Paulo

Novos estímulos para o segmento de motocicletas, anunciados ontem, devem ser os últimos a sair do "saco de bondades" do qual o governo federal lançou mão para combater os efeitos da crise econômica internacional no Brasil, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A partir de 1º de janeiro, as motos de até 150 cilindradas voltam a ser isentas da cobrança de 3% de Cofins, benefício que havia vigorado por seis meses até 30 de setembro. Entretanto, a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) ressalta que já hoje os consumidores poderão encontrar nas lojas veículos mais baratos, com o repasse integral do desconto do imposto. A liberação do tributo vale até 31 de março de 2010 e os empresários se comprometeram a não demitir trabalhadores nesse período.

De acordo com a entidade, diferentemente da indústria de automóveis, até agora a de motos não se recuperou das consequências da crise porque as condições de crédito não foram regularizadas. Os financiamentos estão caros, e a seleção para obtê-los, muito rígida. De 65% na média normal, só 40% das vendas foram feitas com instrumentos de crédito em 2009.

Por isso, como parte da ajuda para o segmento, o Banco do Brasil (junto com o Votorantim, do qual a instituição federal controla uma parte) e a Caixa Econômica Federal (com o PanAmericano) resolveram oferecer R$ 3 bilhões (US$ 1,7 bilhão) em linhas de empréstimo para quem quiser comprar uma moto. O montante equivale à metade do volume de recursos atualmente disponível para esse tipo de financiamento.

Representantes do BB e da CEF afirmaram que os juros cobrados nos financiamentos a motos devem retornar ao nível de 2% ao mês, como era até meados do ano passado, e que a seleção dos clientes pode ficar um pouco menos rigorosa mesmo dentro dos padrões de segurança exigidos pela operação bancária.