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Setor de papel prevê crescer acima do PIB mesmo com crise

DCI - 09/02/2009

O mercado de papel será mantido por dois fatores de um total de três que impulsionarão o consumo do produto no Brasil em 2009. Essa é a aposta do presidente da International Paper (IP), Maximo Pacheco, para chegar ao final de 2009 com um crescimento acima do que o Produto Interno Bruto (PIB), brasileiro registrar. Por essa razão, o foco da empresa para este ano é a produção de papel para imprimir e escrever que tem como destino o Brasil e países da América Latina, responsáveis por 75% das vendas da subsidiária. Segundo Pacheco, as vendas de papel devem continuar a curva ascendente em função do crescimento da inclusão digital no País, que acaba aumentando o consumo de papel com mais pessoas imprimindo, e em decorrência do programa federal do livro didático. Essas duas frentes foram apontadas por apresentarem "enorme déficit no Brasil", segundo palavras do executivo. Para o diretor comercial da IP, Nilson Cardoso, a demanda em 2009 se descolará do crescimento da economia como vinha ocorrendo anteriormente. A expectativa do diretor é de que a demanda cresça pelo menos um ponto percentual a mais que o PIB. A empresa aposta no aumento do consumo no Brasil para suprir a queda de outros mercados, como o asiático. Uma forma apresentada por Cardoso recai sobre recursos públicos com a proposta de incluir, no programa do livro didático, um caderno para cada aluno beneficiado. "Não temos o cálculo, mas essa medida aumentaria a demanda em mais 60 mil toneladas de papel ao ano." O desafio de encontrar mais mercado para o papel da IP não promete ser fácil. Até o final do primeiro trimestre a nova fábrica da empresa, Três Lagoas (MS), deve entrar em operação adicionar mais 200 mil toneladas à capacidade instalada da IP, que hoje é de 800 mil toneladas, até o final do ano. Atualmente, diz Cardoso, a empresa trabalha com um horizonte de vendas de três meses apenas, um dos motivos são os estoques mais elevados que os registrados no ano passado. Com esse volume, a empresa alcançou um crescimento de 12% ante o faturamento de R$ 850 mi, registrado em 2007. O resultado da empresa está na contramão dos resultados apresentados pela matriz no final de janeiro com recuo de 95% no lucro. No Brasil o lucro operacional da IP alcançou US$ 186 milhões. Segundo Pacheco, esse resultado não se refletiu em mais pressão sobre a unidade brasileira para melhorar os resultados como forma de equilibrar a balança dos resultados financeiros globais da multinacional, mas afirma que esses números mostram que o Brasil se consolida como uma plataforma estratégica das operações globais.