22/10/08 11h26

Setor sucroalcooleiro vai investir US$ 20,5 bi até 2015 em cogeração

Valor Econômico - 22/10/2008

Os empreendedores de projetos de cogeração de energia elétrica com o uso de bagaço de cana-de-açúcar deverão encerrar 2008 com ânimo renovado. Eles comemoram algumas conquistas registradas ao longo do ano que representam a superação, ainda que parcial em alguns casos, de antigos entraves à ampliação da produção de bioeletricidade, como é chamada a energia elétrica extraída do bagaço. Além disso, entraves que prejudicavam o desenvolvimento dos projetos, como as dificuldades para a conexão das plantas à malha de transmissão e o licenciamento ambiental, começaram a ser efetivamente equacionados. De acordo com levantamentos da Associação Paulista de Cogeração de Energia (Cogen-SP), o setor sucroalcooleiro deverá investir R$ 45 bilhões (US$ 20,5 bilhões) até 2015 em projetos de cogeração de energia elétrica. São cerca de 210 empreendimentos, distribuídos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, que terão uma capacidade de geração conjunta de 15 mil MW. Desse total, 5 mil MW serão utilizados para consumo próprio, com o restante sendo destinado ao sistema elétrico. "A cogeração de energia com o uso do bagaço tinha três problemas que afetavam o seu desenvolvimento: dificuldades de conexão ao sistema elétrico; licenciamento ambiental e precificação e reconhecimento do valor da energia gerada", enumera o vice-presidente executivo da Associação Paulista de Cogeração de Energia (Cogen-SP), Carlos Roberto Silvestrin. Segundo ele, já ocorreram avanços na solução dos dois primeiros entraves. Agora, o setor discute como precificar o valor da bioeletricidade de forma vantajosa.