26/04/13 14h35

Setor sucroenergético prevê retomada dos investimentos em Ribeirão Preto

Jornal A Cidade

Projeção é de analistas e de lideranças do mercado

Tradicional polo sucroenergético, a região de Ribeirão Preto terá papel fundamental na retomada ensaiada pelo setor a partir da safra 2013/14, que deve incluir reformas em unidades, aumento na produção e contratação de pessoal para os próximos anos.

A formação de mão de obra qualificada e o fornecimento de equipamento para as usinas renovarem suas máquinas são as principais contribuições da região para ajudar na recuperação dos lucros e aumentar a produtividade no setor.

De acordo com Marcos Fava Neves, professor na área de planejamento da FEA-RP/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), o cenário para a cana começou a mudar e, a partir deste ano, a perspectiva é que o setor recupere forças após cinco anos de um “apagão”.

“A expectativa para o mercado do açúcar e etanol é positiva. O investimento de grandes grupos estrangeiros em usinas no Brasil também trouxe uma nova cara”, diz o professor, que participou ontem do evento Agroenergia em Curso, realizado pelo projeto Agora, em Dourados (MS).

Fava diz ainda que, nessa retomada, as empresas do setor precisarão investir em qualificação de mão de obra.

“Nessa área de serviços, Ribeirão será fundamental para formar profissionais, haverá essa demanda. A cidade é tradicional e concentra cursos e pessoas com conhecimento no setor que terão um papel importante nessa nova fase.”

Conforme ele, a cidade também sentirá maior movimentação na demanda pelo trabalho de consultorias e de pesquisas na área.

Já na área industrial, quem deve se destacar nas próximas safras é Sertãozinho, com o fornecimento de equipamentos para as usinas que investirão em modernização.

“Desde 2008, quando se iniciou a crise com o fechamento de diversas unidades produtoras, a indústria de bens de capital de Sertãozinho foi fragilizada por falta de investimentos. E haverá uma recuperação disso”, diz Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).