01/07/15 14h42

Shell diz ver espaço para crescer mais no Brasil

Valor Econômico

O presidente da Shell no Brasil, André Araújo, disse ontem que vê como "tímida" a participação da empresa no país e que há espaço para que a petroleira cresça no mercado brasileiro. De olho em oportunidades, o executivo disse que a companhia avalia "seriamente" participar da 13ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista para outubro.

"A 13ª Rodada, sem dúvida, é uma oportunidade para analisarmos. Já definimos um time interno para avaliar as informações que a ANP está disponibilizando. Vamos olhar seriamente essa oportunidade", comentou.

Segundo o executivo, a Shell vê espaço para crescer no Brasil. Araújo disse que a empresa possui uma participação forte no país, mas ainda tímida dentro do que o mercado brasileiro pode oferecer.

Questionado sobre o interesse em ativos da Petrobras, o presidente da Shell disse que qualquer oportunidade de aquisição no Brasil será devidamente analisada. "Eventualmente, quando [os ativos] forem sendo colocados em disponibilidade, vamos olhar", afirmou Araújo.

De acordo com ele, qualquer oportunidade, seja de aquisição de ativos ou participação em leilões da ANP, será avaliada técnica e comercialmente. "E, obviamente, como todas as companhias de óleo e gás do mudo, há desafios em relação à quantidade de oportunidades e o volume de capital disponível. Vamos analisar e classificar as alternativas dentro da atratividade das áreas que eventualmente sejam colocadas em desinvestimento", afirmou

O executivo comentou, ainda, a respeito do projeto de lei do senador José Serra (PSDB/SP), que pode acabar com a regra que obriga a Petrobras a operar no pré-sal em contratos de partilha. Araújo disse que a decisão sobre o modelo cabe ao governo, mas que a empresa defende sempre ter a opção de operar.

"A Shell sempre se posicionou com interesse de ter opções e parte dessas opções é a possibilidade de ser operadora. Gostamos sim de 'opcionalidade', mas essa não é uma discussão nossa, é do governo brasileiro", afirmou.

Araújo disse, ainda, estar satisfeito com o projeto de Libra e que os investimentos na área vão "bem, obrigado". "Não estou ciente de atrasos em Libra. O projeto continua firme, continuamos mantendo os investimentos no projeto", comentou o executivo, que disse, ainda, desconhecer informação sobre a descoberta de rochas vulcânicas que poderiam elevar os custos do campo.