Siderúrgicas vendem mais no mercado interno

O Estado de S. Paulo - 21/05/2008

A demanda por produtos siderúrgicos no mercado interno no primeiro trimestre se manteve tão aquecida que as siderúrgicas ampliaram ainda mais o redirecionamento das exportações para o consumo doméstico, que já vinha acontecendo desde o ano passado. Ao mesmo tempo, dentre as três maiores siderúrgicas com capital aberto - CSN, Gerdau e Usiminas -, apenas a Gerdau conseguiu aumentar sua produção no País no primeiro trimestre, o que indica que o aperto na oferta deve continuar. A Gerdau aumentou o volume produzido no Brasil em 17,7%, em função da inauguração do novo alto-forno na Gerdau Açominas. O volume passou de 1,6 milhão de toneladas para 1,89 milhão de toneladas no Brasil. Suas concorrentes, porém, registraram até mesmo pequenas quedas por questões operacionais. No caso da CSN, a produção caiu 6% no trimestre ante o mesmo período do ano anterior - de 1,32 milhão para 1,24 milhão de toneladas. A Usiminas também registrou recuo de 6% no volume produzido, que passou de 2,1 milhões para 1,99 milhão de toneladas, por causa de paradas para reforma e modernização de equipamentos. Para suprir a demanda, as exportações estão ficando em segundo plano. No momento, 70% a 80% da produção das empresas está voltada para o mercado brasileiro, taxa considerada próxima do limite por especialistas, por causa da existência de contratos de longo prazo para exportação. Na CSN, a fatia do mercado interno passou de 60% no primeiro trimestre do ano passado para 80% neste ano; na Gerdau, a taxa passou de 59% para 72,4% no período, enquanto na Usiminas a participação nacional nas vendas subiu de 72% para 81%. Diante do desempenho do mercado, a Gerdau revisou para cima sua expectativa para 2008. Em vez do aumento de 10% esperado anteriormente, o grupo modificou a previsão para 15% de expansão nas vendas domésticas de aços longos. A expectativa do mercado é de que o foco das companhias no mercado doméstico deve ser suficiente para atender à demanda, com exceção de alguns produtos mais críticos, como a chapa grossa.