10/04/08 10h33

Sinal verde para Unipar, Braskem e Petrobras

Valor Econômico - 10/04/2008

A Braskem, a Petrobras e a Unipar receberam um sinal verde quanto à reestruturação societária realizada no setor petroquímico. As secretarias de Acompanhamento e de Direito Econômico dos ministérios da Fazenda e da Justiça concluíram parecer conjunto pela aprovação da operação. Agora, falta o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizar o julgamento final do negócio. A troca de ativos entre as três empresas foi realizada no final de novembro de 2007 e levou à criação de uma nova companhia, chamada informalmente de Petroquímica do Sudeste. A Petrobras transferiu 37,3% de sua participação na Copesul para a Braskem. Esta última ficou ainda com 40% da Ipiranga Petroquímica e com outros 40% da Petroquímica Paulínia, participações que também vieram da estatal. Já a Petrobras ampliou de 8% para 25% a sua participação no capital da Braskem. E a Unipar se comprometeu a fazer um aporte de R$ 380 milhões (US$ 217,1) e a trazer ativos petroquímicos à nova companhia. As empresas alegaram aos órgãos de defesa da concorrência que o objetivo da reorganização societária foi fortalecer o setor petroquímico nacional, criando condições para o aumento da competitividade em âmbito mundial. A reorganização permite maiores ganhos de escala e sinergias, além de ampliar a capacidade de pesquisas e o fortalecimento da indústria de plásticos. A Seae verificou que a produção de etileno no Brasil vem aumentando e boa parte do produto destina-se ao mercado internacional. Com isso, a operação não cria riscos para o mercado interno. Segundo o parecer, em 2003, o Brasil produziu 51 mil toneladas. No ano seguinte, 61 mil toneladas. Em 2005, foram 56 mil. Depois, a produção chegou a 71,8 mil toneladas (2006) e 68,3 mil (2007). Paralelamente a este aumento de produção, a secretaria notou que as importações ficaram estanques e as exportações tiveram saltos. As importações de etileno apresentaram a seguinte evolução: 13,1 mil toneladas (2003), 12,9 mil (2004), 12,1 mil (2005), 13,7 mil (2006) e 17,2 mil (2007). Já as exportações tiveram forte crescimento: 17,9 mil toneladas (2003), 19,7 mil (2004), 23,7 mil (2005), 33,6 mil (2006) e 26,8 mil (2007). "A partir dessas informações, apontou-se para a conclusão de que dimensão geográfica do mercado de etileno é internacional", diz o parecer.