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Sírio-Libanês investe para atender mais estrangeiros

Valor Econômico - 16/07/2008

Foi necessário substituir cerca de 900 plaquinhas de sinalização escritas apenas em português por outras tantas bilíngües, com informações também em inglês, para que o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, pudesse partir em busca de pacientes estrangeiros. Ao todo, o Sírio gastou R$ 1,6 milhão (US$ 1 milhão) em 2007 para instituir uma divisão voltada apenas a estrangeiros, público que em geral busca tratamentos complexos e de alta qualidade. Deise de Almeida, superintendente de vendas e marketing do hospital, conta que falar uma segunda língua virou requisito inédito para a contratação de médicos, enfermeiros e atendentes. Cerca de 600 funcionários também receberam aulas de idiomas. Em setembro deste ano, o hospital terá uma recepção exclusiva para o público internacional. O passo mais importante, entretanto, foi obter o credenciamento na Joint Comission no início deste ano, após dois anos de preparação. Com o selo americano, o Sírio, que é um dos mais renomados hospitais no Brasil, conseguiu firmar acordos com cerca de 30 seguradoras no exterior. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, é um dos que mais cresceram no segmento de pacientes estrangeiros. Foi o primeiro hospital fora dos EUA a obter o selo da Joint Comission, em 1999. Até maio deste ano, o hospital atendeu 1,5 mil estrangeiros. Em 2007, foram três mil. O grupo representa cerca de 2% da receita do Einstein, que foi de R$ 716 milhões (US$ 371 milhões) no ano passado. No primeiro semestre de 2008, o Sírio-Libanês atendeu 750 estrangeiros, sendo 23% deles residentes no exterior. Em todo o ano de 2007, foram 350 estrangeiros e, em 2006, apenas 150. Os números ainda são muito pequenos perto do total de 300 mil pacientes atendidos pelo Sírio a cada ano. Mas a importância deles é considerável. Da receita de R$ 432 milhões (US$ 223,8 milhões) que o hospital registrou em 2007, 5% vieram dos estrangeiros. O maior grupo de estrangeiros atendidos pelo Sírio é formado por norte-americanos. Em seguida, estão angolanos, franceses e sul-americanos. Ao contrário do que se imagina, o maior fluxo de estrangeiros é representado por expatriados residentes do Brasil, e não por estrangeiros que moram em outros países e vêm ao Brasil se tratar. "Divulgamos o hospital nas embaixadas, consulados e companhias multinacionais que empregam muitos estrangeiros no Brasil", conta Deise.