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SKF aproveita crise para ajustar ritmo de produção no país

Valor Econômico - 27/04/2009

A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o retorno do crédito ao consumidor já restabeleceram o ritmo de produção da fabricante sueca de rolamentos SKF, cuja operação brasileira está entre as melhores do grupo em termos de aproveitamento. E após o momento mais crítico do mercado automobilístico nacional, que hoje se constata ter sido bem menor que o mundial, a atual folga de 20% na capacidade produtiva é considerada como um patamar "mais saudável" do que o vivido até setembro do ano passado. A interpretação é do diretor de vendas automotivas da companhia, Carlo Vendramini Dessimoni. Segundo ele, as margens operacionais da SKF, dado o cenário de produção e vendas de automóveis do primeiro trimestre e das prévias de abril, tendem a ser melhores que as de 2008.

Hoje, o recuo das exportações, que significam algo em torno de 30% das vendas totais da SKF, está sendo utilizado para a melhoria dos processos produtivos da fábrica brasileira da empresa, localizada em Cajamar, no interior de São Paulo. De acordo com Dessimoni, todos os ajustes de equipamentos e rearranjos de processos estão agendados para o primeiro semestre. A perspectiva do executivo é de que a produção nacional de automóveis e comerciais leves atinja 3,5 milhões de unidades entre 2012 e 2013. É neste patamar que a SKF deverá retomar os investimentos em ampliação de capacidade.

Não fosse a crise financeira mundial, a SKF tinha a previsão de investir na ampliação da fábrica já neste ano. Os planos, no entanto, foram postergados. A companhia fabricou 35 milhões de rolamentos no ano passado, 20% a mais do que em 2007, enquanto que o faturamento do segmento automotivo, que representa pouco mais da metade do total da SKF no Brasil, cresceu 8%. O resultado consolidado foi de R$ 600 milhões (US$ 328 milhões). Alinhado com as previsões do Sindipeças (entidade que reúne os fabricantes de autopeças no país), a estimativa da SKF é de uma produção entre 2,7 e 2,85 milhões de unidades neste ano.