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Só falta a China na globalização da JBS

Valor Econômico - 10/12/2007

Engana-se quem vê na aquisição de 50% da italiana Inalca pela JBS simplesmente a entrada da empresa brasileira na Europa. Também erra quem nivela esta última tacada da controladora do Friboi à compra da americana Swift & Company, concluída em julho. Contar com um braço europeu com acesso já garantido à Rússia e à África, como é a Inalca, talvez seja tão importante quanto assumir uma frente americana com presença na Austrália e possível entrada no Japão no curto prazo, que é o caso da Swift. As semelhanças param por aí. Guiam os movimentos da JBS no tabuleiro global a lógica de garantir oferta de matéria-prima e abrir mercados para seus produtos, in natura ou processados. Óbvia em princípio, a tática serve para quem está em apenas um país ou para quem atua em várias mercados. Neste último caso, porém, cada passo tem que levar em conta barreiras capazes de estancar o comércio a qualquer hora. E, como sempre atenta o ex-ministro Pratini de Moraes, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), tais barreiras se definem cada vez menos por taxas e mais por condições sanitárias e de sustentabilidade Este cuidado é latente na estratégia de expansão da JBS. A empresa iniciou sua internacionalização com a compra do controle da argentina Swift Armour, em 2005. Com a transação, entrou em um mercado consumidor em recuperação, o que não é desprezível. Mas, principalmente, começou ali a diluir um risco sanitário até então concentrado no Brasil.