Sodexo projeta crescimento anual de 20%

Valor Econômico

Depois de um ano sem crescimento real, como reflexo da crise financeira, a fornecedora de refeições coletivas Sodexo projeta um aumento de 20% no faturamento do exercício fiscal que se encerra em 31 de agosto, puxada pela retomada na atividade das empresas e pela expansão dos setores de mineração e petróleo. Com isso, a receita bruta da companhia deve alcançar R$ 900 milhões (US$ 500 milhões), ante os R$ 750 milhões (US$ 380,7 milhões) obtidos nos 12 meses anteriores. A empresa encerrou o primeiro trimestre fiscal, que compreende os meses de setembro, outubro e novembro, com um faturamento 18% maior no segmento chamado de "sites remotos", áreas de difícil acesso como minas, navios-sonda e plataformas de exploração de petróleo. Entre os novos contratos nesse segmento, está uma unidade da Vale em Minas Gerais, que soma-se às outras 12 da mineradora já atendidas pela Sodexo.

O segmento não foi o único que cresceu. A companhia fechou um total de 25 novos contratos no trimestre com empresas como Avon, Pirelli e cervejaria Petrópolis. Além disso, está retomando parte da receita perdida com clientes já existentes que, diante do cenário financeiro adverso, demitiram pessoal (reduzindo o número de refeições servidas) ou reviram o escopo de serviços contratados para cortar custos. Agora, a situação é oposta.

Todo o setor de refeições coletivas registrou aumento do faturamento no último quadrimestre de 2009, o que faz a associação das empresas, a Aberc, projetar uma expansão de 10% no faturamento deste ano. No ano passado, o crescimento foi de 3%, para R$ 9,8 bilhões (US$ 5,4 bilhões). "Estamos recuperando os padrões de antes [nos serviços] nos clientes em que houve cortes de custos e onde não houve, estamos vemos espaço para venda de um serviço de padrão superior", diz Rogério da Costa Vieira, vice-presidente da Aberc e presidente da Federação Nacional das Empresas de Refeições Coletivas (Fenerc).

Na Sodexo, no exercício fiscal encerrado em 31 de agosto de 2009, os novos contratos - 87, ao todo - não foram suficientes para superar a queda de faturamento nos já existentes, diferentemente do que era esperado no início do ano passado, quando a empresa decidiu reforçar a equipe de vendas. A receita com novos negócios aumentou 21%, mas com a queda de 16% no faturamento dos antigos e uma redução de 4% na carteira, por inadimplência, a receita bruta total da companhia ficou praticamente estável, com uma ligeira alta de 0,8%.

A Sodexo é uma das quatro maiores empresas do setor no país. Na liderança do mercado estão também GRSA, do grupo inglês Compass, e as brasileiras Gran Sapore e Puras. No Brasil, o grupo francês também é dono da Sodexo Cheques e Cartões de Serviço, que comprou a VR em 2007, e é uma das líderes no mercado nacional de vales e cartões de refeição.