03/09/12 17h07

Sorocaba é a 5ª cidade do interior do país com maior potencial de consumo

Cruzeiro do Sul

Sorocaba é hoje a quinta cidade do interior do país com o maior potencial de consumo. Em dez anos, a economia da cidade vai somar R$ 2,5 bilhões a mais em vendas dentro de 45 segmentos do mercado. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela consultoria americana McKinsey e pela empresa de geomarketing Escopo para a revista Exame (Editora Abril), sobre o mapa do consumo no país até 2020.
 
Com base na pesquisa, que teve como foco os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, no ranking das cidades com maior projeção de vendas Sorocaba está atrás somente de Campinas, Uberlândia (MG), Santos e Parauapebas (PA). Em todo o Brasil, o crescimento de vendas até 2020 deve atingir a marca dos R$ 1,3 trilhão. O setor que abocanhará a maior fatia desse bolo é o de alimentos e bebidas (R$ 293 bilhões), seguido do mercado de carros (R$ 203 bilhões), bebidas alcoólicas (R$ 203 bilhões) e vestuário (R$ 158 bilhões). Na lista de consumo despontam também os cuidados com higiene pessoal (R$ 78 milhões), limpeza doméstica (R$ 30 bilhões), tabaco (R$ 24 bilhões), pet care (R$ 18 bilhões), eletrodomésticos (R$ 13 bilhões), motos (R$ 11 bilhões) e lazer (R$ 10 bilhões).
 
Essa projeção do mercado consumidor de Sorocaba já havia sido destacado no estudo divulgado pelo IPC Maps sobre o perfil econômico do país em 2012, que destacou Sorocaba como a 29ª entre as 5.565 cidades do Brasil, incluindo as capitais, com maior potencial de consumo. Segundo a pesquisa, até o final deste ano, os sorocabanos vão gastar R$ 11,7 bilhões. A soma vai superar em cerca de R$ 700 milhões, o que valor gasto em 2011. A manutenção do lar, é o item que mais consome dinheiro entre os consumidores sorocabanos. Ou seja, mais de 25% de todo gasto anual são destinados a cobertura de despesas fixas como aluguel, contas de luz, água, telefone, gás, imposto predial, condomínio, serviços domésticos, entre outros. As despesas com serviços diversos do dia a dia respondem por mais 22,2% de todo o potencial de consumo. A alimentação dentro de casa é o terceiro item que mais absorve despesas, comprometendo cerca de 10% dos gastos gerais.
 
A pesquisa IPC Maps demonstrou que a média de consumo per capita também cresceu em 2012, passando de R$ 18,6 mil para R$ 19,5 mil no ano. O aumento de 4,8% está bem acima do crescimento da economia, que ano passado passado teve uma alta de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto).


Vitrine para investimentos
 
O economista Sidney Benedito de Oliveira diz essa projeção de Sorocaba no cenário econômico coloca a cidade como alvo para investimentos de novos empreendedores que direcionam os seus projetos para as regiões com maior pujança de consumo. Prova disso, cita ele, a instalação dos novos shoppings centers, hipermercados e empresas de diferentes setores do comércio. "Sorocaba se tornou um importante polo de consumo que recebe pessoas de cidades de toda a região, o que favorece esse aquecimento", destaca. Outro ponto que tem contribuído para essa maior disposição para o consumo, afirma Oliveira, é o aumento da renda per capita e na própria estabilidade da economia local, favorecida pela diversidade do parque industrial, que minimiza os impactos da crise mundial, por não depender de um único segmento.
 
O economista alerta, no entanto, que as próprias empresas tem atuado no sentido de estimular o consumo com a veiculação de propagandas de marketing cada vez mais agressivas e também com a facilidade na oferta de crédito. "É preciso que as pessoas não entrem nessa onda de consumismo que invade hoje o mercado e deixe para comprar realmente o que é necessário para o dia a dia e o seu bem-estar, evitando os excessos e, principalmente, o endividamento". Sidney Oliveira orienta que as pessoas não percam de vista o equilíbrio do orçamento doméstico, sem comprometer grande parte da renda com o pagamento de dívidas assumidas e que não poderão ser honradas no caso de qualquer eventualidade, como o caso de desemprego ou doença. "Caso se tenha essa precaução, a pessoa corre o risco de ter que se desfazer do bem adquirido ou ter o seu nome na lista de devedores".
 

Ranking das cidades
 
Cidade - Acréscimo de vendas (R$)*
 
Campinas (SP) - 3,9 bilhões
Uberlândia (MG) - 3,5 bilhões
Santos (SP) - 3,1 bilhões
Parauapebas (PA) - 2,9 bilhões
Sorocaba (SP) - 2,5 bilhões
Ribeirão Preto (SP) - 2,4 bilhões
Juiz de Fora (MG) - 2,1 bilhões
Caxias do Sul (RS) - 2 bilhões
Feira de Santana (BA) - 2 bilhões
Anápolis (GO) - 1,9 bilhão