19/07/13 15h08

SP assina hoje convênio de inovação com a Finep

Valor Econômico

O Estado de São Paulo assina hoje convênio com a Financiadora de Estudos de Projetos (Finep) para integrar o Inovacred, programa que oferecerá ao todo R$ 1,2 bilhão em linhas de crédito a projetos de inovação de micro, pequenas e médias empresas. A Desenvolve SP receberá R$ 80 milhões e deve começar a receber os pedidos e um mês. Com isso, as instituições brasileiras que estão no programa para receber as linhas já estão com convênios assinados.


O Badesul foi o primeiro a receber empréstimo, no fim de fevereiro, seguido pelo Banrisul e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Do total do fundo do Inovacred, criado em 2012, R$ 200 milhões são da fundação e R$ 1 bilhão é oriundo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).


"A ideia do programa é descentralizar o acesso ao crédito por parte da pequena e média empresa. Se nós operássemos sozinhos não conseguiríamos o acesso a essas empresas", afirma Glauco Arbix, presidente da Finep.


A capilaridade de agências estaduais ou regionais foi o fator decisivo para se escolher como se dariam as parcerias. Atualmente há convênios com bancos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. "Essas instituições conhecem a realidade local, sabem aonde e como alocar os recursos", diz Arbix.


Tanto empresas do setor de serviços como da indústria podem apresentar projetos de inovação. A intenção, no caso do governo paulista, é melhorar a produtividade. A estimativa da Desenvolve SP, ligada à Secretaria da Fazenda, é que 70% dos recursos sejam destinados a empresas com faturamento anual de até R$ 16 milhões. O restante será destinado a empresas que possuem faturamento entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões.


Os empréstimos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão taxa de juros de 5% ao ano, e poderão ser pago em oito anos com dois de carência. No Norte e no Nordeste, os juros anuais serão de 3,5%.


De acordo com Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP, a agência começará a receber os projetos de interessados dentro de um mês. Não há prazo para o término da linha, que poderá ser ampliada pela Finep caso a procura exceda a oferta de crédito e funcionará até os R$ 80 milhões terem sido desembolsados. "Projetos de inovação demandam tempo maior de maturação pela empresa. É o mesmo caso para a agência, que precisa ter critérios mais técnicos para avaliar se o projeto é ligado à inovação ou não", diz Santos.


A estimativa da Finep, que responde ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é que as cerca de duas mil empresas que devem captar empréstimos consigam pagá-los ao longo dos próximos dois anos. "Mas pode demorar mais um ou dois anos para todos os desembolsos serem liberados. Os contratos de crédito para a inovação são realizados em parcelas, pois temos que acompanhar o andamento dos projetos", afirma Arbix.