Spas estão mais perto da profissionalização
Valor Econômico 27/09/10
Investidores estrangeiros e empresários locais desenham planos de negócios para uma expansão mais acelerada do mercado de spas. A expectativa é de que o país se torne uma das regiões com maior taxa de crescimento desse negócio no mundo, ao lado de países da Ásia, da França e dos Estados Unidos, avaliam as empresas ouvidas pelo Valor.A expansão da classe média, que está com mais dinheiro no bolso, e busca por qualidade de vida nas grandes cidades ajudam a explicar o cenário otimista desenhado por empresários do setor. "O interesse dos investidores não ocorre porque a crise internacional levou as empresas a buscar mercados mais rentáveis. Até seria o raciocínio lógico. Mas a alta é decorrência do fato de que há um mercado pronto para ser explorado no país e já se percebeu isso", diz Alexandre Solleiro, presidente executivo do grupo Tivoli, parceira da rede de spas Banyan Tree, uma das maiores do mundo. São investimentos que podem, inclusive, acelerar o início de uma nova fase para o setor, que já vive um processo de profissionalização na gestão do negócio. Os empresários locais observam que o setor, altamente pulverizado com centenas de pequenos negócios, vai passar por avanços no modelo de administração e por um período de concentração das operações.
Não existem dados consolidados sobre o segmento no Brasil, informa a ABC Spas, mas a estimativa da associação é que existam em torno de mil unidades no país. Com base na alta demanda e na manutenção do valor dos serviços, estima-se que a taxa de crescimento bata em dois dígitos ao ano, relata a ABC Spas. Empresas consultadas pelo Valor confirmam o índice. A Kalmma Zen Spa uma das maiores do país, expandiu 30% em 2009. O Spa L'Occitane já cresceu essa mesma taxa no acumulado deste ano em relação a 2009. Para efeito de comparação, segundo a International Spa Association, o negócio nos Estados Unidos teve alta de 39% na receita acumulada de 2003 a 2008, véspera da crise financeira. Encolheu 4,3% em 2009 e deve ter crescimento, entre 5% a 10%, em 2010.
No Brasil, os maiores spas são Kalmma Zen Spa, com sede em Campinas e 15 unidades espalhadas em quatro Estados, seguido do grupo Shishindo Spa Zen, do Paraná, com seis pontos em quatro estados. Fundado há 16 anos pela empresária Aline Madeleine, o Kalmma Zen planeja chegar a 300 unidades até 2015. No caso do Shishindo, a rede pretende abrir quatro unidades até 2012. Em São Paulo, um dos maiores negócios é o Buddha Spa, do presidente da ABC Spas, com cinco unidades e plano de abrir mais dois pontos até dezembro. A partir do ano que vem, a companhia deve inaugurar 10 unidades por ano. O investimento inicial varia entre R$ 220 mil (US$ 125,7 mil) e R$ 380 mil (US$ 217,1 mil). No Kalmma Zen, um dos que mais investem por unidade, o valor pode chegar a R$ 2 milhões (US$ 1,14 milhão).