13/08/12 14h58

TAM monta plano para ser líder em manutenção de jatos

Valor Econômico

A TAM Aviação Executiva, única empresa da família Amaro que permaneceu sob o seu controle, após a união da TAM Linhas Aéreas com a chilena LAN, escolheu a manutenção de aeronaves executivas para guiar o seu plano de expansão. Ano que vem, a companhia, fundada pelo comandante Rolim Amaro como Táxi Aéreo Marília, pretende se tornar o maior centro de manutenção de jatos e helicópteros para a aviação geral, da América Latina.

"Teremos a maior área de manutenção de aeronaves executivas da América Latina [em 2013]. Esse é a principal direção estratégica que nós temos hoje, mais do que venda [de jatos e helicópteros]", conta ao Valor o presidente do conselho de administração da TAM Executiva, Mauricio Rolim Amaro, filho do comandante Rolim.

Até o fim de 2013, a TAM deverá acumular uma área total dedicada somente à manutenção de aeronaves executivas de 65 mil m2. Esse espaço leva em conta a infraestrutura atual de Jundiaí (SP), com 45 mil m2, investimento de R$ 40 milhões e capacidade de atender 70 aeronaves ao simultaneamente.

A TAM Executiva também terá 20 mil m2 no centro de Aracati (CE), onde são aplicados R$ 14 milhões, com previsão de inauguração em abril de 2013. Lá, a empresa poderá fazer reparos em 50 aeronaves ao mesmo tempo.

Mais R$ 1 milhão será desembolsado para duplicar o centro de Belo Horizonte, a mesma quantia que investida em Brasília, no ano que vem. Ao todo, a TAM terá aplicado em manutenção, até o fim de 2013, ao menos R$ 56 milhões.

Na sexta-feira, o Valor publicou que a Embraer planeja investir US$ 25 milhões, em cinco anos, em um novo centro de serviços em Sorocaba (SP). Com área total de 20 mil m2, no aeroporto da cidade do interior paulista, o novo investimento da fabricante brasileira terá capacidade para atender até 50 jatos de pequeno porte.

O atual centro de serviços da Embraer pode atender 10 aeronaves. No caso da Embraer, diferente da TAM Executiva, os espaços de serviços incluem áreas de descanso, simulador de aeronaves e áreas de atendimento VIP. Enquanto esse segmento representa 10% do faturamento da Embraer, na TAM Executiva somente a manutenção já responde por 45% de seus resultados financeiros.

De acordo com Amaro, a empresa também é candidata a protagonizar um processo de consolidação, principalmente no Brasil. "Eu acredito que o futuro desse negócio são alianças estratégicas, com outros parceiros ou outros sócios, brasileiros ou não. Mas isso é uma coisa que tem de fazer sentido no tempo", afirma o executivo, também presidente do conselho de administração da Latam.

A TAM Aviação Executiva anuncia, nesta semana, a incorporação de mais cinco aeronaves executivas da fabricante americana Cessna ao seu mix de venda de aeronaves. O anúncio será feito durante a Labace, maior feira de negócios do setor na América Latina.

Com isso, a empresa se consolida como a maior representante da Cessna no mundo, com um total de 25 modelos diferentes à venda. A TAM Aviação Executiva também comercializa helicópteros da Bell, sediada nos Estados Unidos.

Amaro diz que a TAM Executiva investiu cerca de R$ 1 milhão para participar da nona edição da Labace. Ele estima que deverá fechar negócios da ordem de R$ 25 milhões, equivalente a um helicóptero e dois jatos executivos de médio porte, para seis passageiros.

"O mercado de helicópteros sofre menos variações que o de avião. Quem compra helicóptero prefere o novo ao usado. No avião, ao menor sinal de desaceleração [da economia], as pessoas esperam ou procuram semi-novo", diz Amaro.

Segundo ele, neste ano a meta da TAM Executiva é vender 51 aviões e 15 helicópteros. "Estamos com 50% do orçamento de aeronaves já realizado e, nos helicópteros, vamos bater a meta", diz o executivo, palmeirense. Em 2010, o faturamento da empresa com a venda de aeronaves foi de US$ 250 milhões. Ano passado, o resultado subiu para R$ 230 milhões. Para 2012, a expectativa é a de as vendas ficarem "em linha com 2011".