04/05/08 15h14

Teles disputam mercado de US$ 545 bilhões

Folha de S. Paulo - 04/05/2008

A compra da BrT (Brasil Telecom) pela Oi, se efetivada, vai inaugurar uma nova fase na competição entre as gigantes da telefonia no país. Em disputa, um mercado que neste ano vai chegar a R$ 150 bilhões (US$ 91 bilhões) -soma do faturamento das empresas que atuam em telefonias fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura. Os analistas projetam ainda um crescimento das receitas da ordem de 10% ao ano até 2012. Isso significa que estarão em jogo aproximadamente R$ 900 bilhões (US$ 545,5 bilhões) nos próximos cinco anos (incluindo 2008). A disputa será travada entre três grandes grupos, em dois campos de batalha. Os grupos: o espanhol Telefónica, o mexicano Telmex e o nacional que resultará da compra da Brasil Telecom pela Oi -que, no entanto, ainda depende de mudanças na legislação e de autorização de órgãos governamentais. Os campos de batalha: o mercado de celulares pré-pagos (voltados às classes C, D e E) e os serviços via banda larga para as classes A e B -em especial, TV por assinatura e acesso à internet. No caso da TV por assinatura, a permissão para que as teles ofereçam o serviço ainda depende de mudanças na chamada Lei do Cabo. De qualquer forma, os especialistas afirmam que a disputa pelo consumidor de maior poder aquisitivo só vai se intensificar a médio prazo. Hoje, o mercado de celulares pós-pagos praticamente se estagnou e o de telefonia fixa está declinante. No curto prazo, nos próximos dois anos, a disputa -que promete ser feroz- terá um único alvo: os milhões de brasileiros que estão migrando para a "nova classe C". Com o mercado dos países desenvolvidos caminhando para a estabilização, as maiores operadoras voltam-se, cada vez mais, para os emergentes. Entre eles, o Brasil ocupa papel de destaque, por conta da ascensão de um contingente de 35 milhões de pessoas que, nos últimos anos, deixaram as classes D e E em direção à classe C. Mas as operadoras enfrentam um desafio: obter lucros crescentes com um serviço de baixo custo (o pré-pago) e tarifas cada vez mais baixas por causa da competição.